A decisão de
Donald Trump de reconhecer a cidade de Jerusalém como a capital do Estado de
Israel e de para lá transferir a Embaixada dos Estados Unidos chocou o mundo e
provocou reacções políticas e religiosas muito críticas e muito preocupadas.
O problema da
coexistência entre Israel e a Palestina é, porventura, um dos maiores casos de
conflitualidade que o mundo conhece e uma situação de potencial confronto generalizado,
porque o estatuto de Jerusalém constitui uma questão central no conflito
israelo-palestino.
Jerusalém é uma
das mais antigas cidades do mundo e é considerada uma cidade sagrada por três
das principais religiões, respectivamente o judaismo, o cristianismo e o
islamismo. Por isso, no plano das Nações Unidas que levou à criação do Estado
de Israel em 1948, a
cidade de Jerusalém ficou com o estatuto de cidade internacional. Porém, nesse
ano e na sequência da 1ª guerra israelo-árabe, a cidade foi ocupada por
israelitas (Jerusalém Ocidental) e por jordanos (Jerusalém Oriental), mas em
1967 os israelitas ocuparam toda a cidade durante a Guerra dos Seis Dias.
Israel tratou então de ocupar efectivamente a cidade e fazer dela a sua
capital, mas a comunidade internacional rejeitou a anexação de Jerusalém
Oriental e considerou essa parte como território palestiniano ocupado
ilegalmente por Israel. Nesse sentido, em 1980 o Conselho de Segurança das
Nações Unidas, através da sua Resolução 478, convidou todos os países a retirar
as suas embaixadas de Jerusalém para Telavive. E assim aconteceu, pelo que não
há quaisquer embaixadas em Jerusalém, que é a cidade onde a Palestina espera
instalar a sua capital, o que mostra como é muito sensível este problema.
A decisão de
Donald Trump parece ter resultado de problemas internos e de uma tentativa de
recuperar o apoio do seu eleitorado mais radical, sobretudo os evangélicos
conservadores mas também, embora em menor número, os judeus americanos.
As negociações de
paz entre Israel e a Palestina estão seriamente comprometidas e o diário Gulf
News que se publica no Dubai, ilustrou a sua primeira página com uma
fotografia da cidade de Jerusalém, na qual aparece em plano destacado a cúpula
dourada do milenar Domo da Rocha na
cidade velha, que é um dos mais sagrados locais do Islão e um aviso que é
esclarecedor: Trump ultrapassou a linha vermelha.
O mundo árabe está revoltado e já reagiu. Será que o Donald ultrapassou mesmo a linha vermelha?
O mundo árabe está revoltado e já reagiu. Será que o Donald ultrapassou mesmo a linha vermelha?