Todos os jornais destacam hoje as medidas anunciadas pelo Governo para superar a crise das Finanças Públicas e para reduzir o défice e a dívida públicas, como ponto de partida para a credibilidade externa, para o crescimento económico e para o emprego.
Trata-se de um aperto colossal para os contribuintes!
Durante meses insinuaram que tudo isto seria resolvido com os contributos de 1/3 do lado da receita (mas sem aumento de impostos) e de 2/3 do lado da despesa (com o corte das gorduras do Estado). Afinal não estamos a ver qualquer corte significativo nas ditas gorduras e estamos a assistir a um assalto ao bolso do contribuinte, através da sobretaxa extraordinária (subsídios de Natal), do aumento dos gás, da electricidade e dos transportes, do imposto de solidariedade (IRS e IRC), do imposto sobre mais-valias, da redução e extinção dos benefícios fiscais, do aumento do IMI, entre outros.
Ainda é cedo para avaliar o desempenho do Governo e há que esperar pelos resultados da governação, a ser validados pelo Eurostat, mas para quem afirmava que não haveria aumento de impostos, já foi atingido um record, pois nunca um Governo aprovara tantos aumentos de impostos em tão pouco tempo. O ministro Gaspar corre o risco de se transformar no homem que, quando fala, anuncia impostos. O Álvaro, bem como um ou outro ministro, dizem que os cortes serão históricos, mas não é com esses anúncios avulsos para consumo mediático, que o nosso problema vai ser resolvido.
O Governo tem repetido que quer ser mais ambicioso nos objectivos do que aquilo que foi exigido pela troika, mas até agora essa ambição parece limitar-se ao aumento dos impostos e não há sinais claros de uma estratégia de redução da despesa pública e de relançamento da economia, de que tanto falavam o sargento Catroga e os seus ajudantes.
Desta forma, em vez do tal desvio colossal, o que vamos tendo é um aperto colossal ou, como vão dizendo alguns comentadores, começamos a estar confrontados com um equívoco colossal. A corda já está muito esticada...