quarta-feira, 28 de julho de 2021

Um farol, um património da Humanidade

O farol de Cordouan, que fica situado sobre uns rochedos na foz do estuário do rio Gironda e a cerca de sete quilómetros de terra, foi construído entre 1584 e 1611, sendo o mais antigo farol francês ainda em funcionamento. É constituído por uma artística torre com 67,5 metros de altura e tem seis andares, no primeiro dos quais se encontram os aposentos reais decorados com pilastras e, no segundo, uma capela decorada com vitrais, sendo por vezes apelidado como o “Versalhes do mar”. O edifício tem uma arquitectura única, foi classificado como monumento histórico em 1862 e o acesso ao topo da torre e ao sistema de iluminação é feito por uma monumental escadaria com 301 degraus. O farol recebe cerca de 24 mil visitantes por ano e é visitável de Abril a Outubro, demorando cerca de 45 minutos a percorrer a distância de terra ao farol.
Na passada semana o Comité do Património Mundial da Unesco reuniu na cidade chinesa de Fuzhou e, com base no seu excepcional interesse para a herança cultural da humanidade, decidiu incluir o Farol de Cordouan na sua Lista do Património Mundial. Com mais de quatro séculos de serviço aos navegantes, o Farol de Cordouan é o último farol habitado das costas francesas e é o segundo farol europeu a ser classificado pela Unesco, depois do farol espanhol de La Coruña, conhecido por Torre de Hércules.
O jornal Sud Ouest, que se publica em Bordéus, deu um justificado destaque à decisão da Unesco e escreveu que foi “a coroação de um rei”.

Tóquio: enquanto há vida há esperança

Ao fim de sete dias de provas olímpicas em Tóquio, o medalheiro olímpico já regista 62 países que conquistaram medalhas, dos quais há 35 que já ganharam medalhas de ouro, mas nesse quadro veificamos que os atletas portugueses ainda não conquistaram qualquer medalha, o que muito desgosta os desportistas portugueses, um grupo em que ainda me incluo. Em contrapartida, os nossos irmãos brasileiros já conquistaram cinco medalhas olímpicas, enquanto os nossos vizinhos espanhóis andam eufóricos por terem conquistado três medalhas. Os seus êxitos olímpicos aparecem elogiados em todos os jornais e o jornal desportivo as dedica toda a sua primeira página a um David Valero que conquistou a medalha de bronze na prova de ciclismo MTB, tendo escolhido a palavra heróico para homenagear o atleta.
Embora não sendo uma potência desportiva mundial, seriam de esperar outros resultados dos atletas portugueses, até porque parece não lhe terem faltado apoios para a sua preparação. Porém, como são 46 as modalidades que estão em prova e, apesar de não termos tradição de grandes sucessos nas disputas olímpicas, ainda continuamos a alimentar a esperança de voltar a ver algum compatriota a subir ao lugar mais alto do pódio como aconteceu com Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nelson Évora, os únicos campeões olímpicos portugueses.
Estamos a chegar a meio dos Jogos Olímpicos e como diz o ditado popular… enquanto há vida há esperança. 

A caminho da paz em Cabo Delgado?

Desde o ano de 2017 que grupos armados com inspiração no Estado Islâmico têm actuado na província moçambicana de Cabo Delgado, estando contabilizados cerca de 2800 mortos, mais de 700 mil deslocados e a destruição de infraestruturas e de património em Mocímboa da Praia, Palma e outras localidades. Perante este quadro ameaçador, a Southern African Development Community (SADC) ou Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, uma organização regional que reúne dezasseis países, aprovou no passado dia 23 de Junho a constituição de uma “força conjunta” regional para apoiar Moçambique no combate contra o terrorismo naquela província setentrional do país. As autoridades moçambicanas já anunciaram à população a próxima presença de forças militares estrangeiras e que o comando da intervenção caberá ao país que tiver a maior força destacada, prevendo-se que seja a África do Sul, conforme anunciou o Jornal de Angola. Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar para Moçambique, mas peritos da SADC que estiveram em Cabo Delgado já tinham avançado em Abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil militares.
Está previsto que cada força estrangeira destacada inclua militares moçambicanos e que, embora subordinadas ao comando da intervenção, cada força actuará tacticamente sob sua própria responsabilidade.
Entretanto, já se encontra em Cabo Delgado um contingente de mil militares e polícias do Rwanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral existente entre o governo moçambicano e as autoridades rwandesas.
Espera-se, naturalmente, que a paz e a segurança regressem rapidamente a Cabo Delgado, uma região que os portugueses conhecem muito bem.