quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os jornais e o rigor das notícias

O Diário Económico informa na sua edição de hoje que, de acordo com os dados do Ministério das Finanças, o Fisco já penhorou este ano um total de 8.315 carros, um valor que representa uma quebra de 27,2% face aos 10.577 automóveis penhorados no ano passado. Do total das penhoras feitas, verifica-se que 1.343 correspondem a carros de luxo, onde se incluem dois Ferrari, um Rolls Royce, quatro Jaguar e dez Porsche, mas também Lamborghini, Ducati, Mercedes, BMW, Chrysler, entre outras marcas. A notícia refere, ainda, que estes automóveis poderão não ir para venda no site do Portal das Finanças, porque entre a penhora e a venda há ainda um processo complexo, que passa pelo registo da penhora e pela marcação de venda, durante o qual o contribuinte pode regularizar a sua situação tributária e recuperar o carro.
Há pouco mais de um mês, no dia 3 de Outubro, o Correio da Manhã informava que havia 90 mil veículos penhorados pelo Estado a contribuintes que não pagaram os seus impostos e que esses carros seriam vendidos por leiloeiras privadas, uma vez que o Fisco não conseguia vender tantos automóveis pelos canais habituais.
Estas duas notícias mostram como devemos ser cuidadosos na análise e interpretação das notícias veiculadas pela imprensa que, cedendo muitas vezes ao sensacionalismo, relata acontecimentos que umas vezes são verdadeiros, outras vezes são falsos. Neste caso, uma fonte diz-nos que foram penhorados cerca de 8 mil carros, enquanto a outra fonte nos diz que foram 90 mil, sem que haja lugar a qualquer reparo ou correcção. Nem sequer há lugar a interpretações erradas, pois ambos os jornais colocaram esses números em primeira página!

Euro 2012: o futebol em festa

Foi uma noite de festa para quem gosta de futebol! No Estádio da Luz, a selecção portuguesa exibiu-se com grande competência, brilhou e venceu a equipa da Bósnia-Herzegovina por 6-2, assegurando a sua presença no Euro 2012. Com este resultado, a equipa portuguesa qualifica-se pela sétima vez consecutiva para a fase final das grandes competições internacionais de futebol e instala-se definitivamente no grupo das melhores equipas do mundo.
A expectativa era enorme e naqueles jogadores concentravam-se as esperanças de muitos portugueses. Em certo sentido, aquele jogo representava um grito de revolta colectivo contra as dificuldades por que estamos a passar, contra os cortes dos subsídios de férias e de Natal impostos pelo orçamento, contra a troika e contra os políticos mentirosos, contra os juros da dívida e a dúvida sobre o futuro do euro, contra o BPN e o BPP, contra os boys e as girls, contra os robalos e as alheiras, contra o desemprego e o desânimo.
Naquele jogo os portugueses pediam aos jogadores da selecção para lhes darem a alegria de um mês de futebol e de entusiasmo no próximo ano, que atenue os enormes sacrifícios a que vão ser submetidos. E eles responderam positivamente.
Entre 8 de Junho e 1 de Julho de 2012 a selecção portuguesa estará a disputar o Euro 2012 e o pensamento dos portugueses estará na Polónia e na Ucrânia.