A Espanha vive horas de grande euforia
porque a sua selecção nacional de futebol – la
roja – ganhou o Euro 2024, somando sete indiscutíveis vitórias em sete
jogos. Ontem bateu a selecção da Inglaterra, depois de, sucessivamente, ter derrotado
as selecções da Croácia, da Albânia, da Itália, da Geórgia, da Alemanha e da
França. O triunfo espanhol resultou do valor dos seus jogadores e da coesão da
equipa, não assentou em quaisquer polémicas e tem o aplauso unânime da crítica
internacional.
Toda a imprensa espanhola alinha na enorme
onda de entusiasmo que inunda o país, quase esquecendo o brilhantismo da vitória
de Carlos Alcaraz sobre Novak Djokovic no Torneio de Wimbledon, enquanto a
imprensa internacional centra a sua atenção na tentativa de assassinato de
Donald Trump, um caso de violência política que que está a perturbar a América
e a preocupar o mundo.
Porém, justificando os seus créditos
como jornal de referência internacional, a edição de hoje do jornal El País
destaca em primeira página esses três acontecimentos importantes para a Espanha,
mas também para o mundo, com os seguintes títulos: “España reina en Europa”, “Alcaraz
abre outra era en Wimbledon” e “el intento de asesinato a Trump sacude EE UU en
plena campaña”. O jornal mostra como é possível identificar os assuntos que são
notícia e informar com rigor, sem alinhar em sensacionalismos, nem em distorções
com objectivos “cirúrgicos”, nem nas práticas cada vez mais comuns de
desinformação.
Hoje, no meio do turbilhão de louvores
e de discursos, por vezes demasiado exaltados e desproporcionados que toda a
imprensa espanhola presta à la roja, o
El
País dá um exemplo de bom jornalismo.