A República
Popular de Moçambique e os moçambicanos vivem dias muito difíceis depois da
tragédia que resultou da passagem do ciclone Idai sobre o seu território,
sobretudo nas províncias de Tete, Manica, Sofala e Zambézia, que ligam o norte e o sul
do país, mas que também afectou seriamente os vizinhos estados do Zimbabwe e do Malawi.
Mais do que os
relatos, nomeadamente no diário O País, bem como as declarações das autoridades que
chegam até nós, são as fotografias que nos expressam a enorme tragédia, que o
próprio Presidente da República Filipe Nyusi classificou como um desastre
humanitário, no qual terão perecido muitas centenas de pessoas. A conjugação das cheias dos rios Púngué e Búzi e, depois dos ventos ciclónicos, arrasou
povoações inteiras, destruiu casas, pontes, instalações públicas e colheitas, afectando mais de um milhão de pessoas, enquanto a cidade da Beira, a segunda
maior cidade moçambicana, terá sido destruída em cerca de 90% da sua área
urbana. Os prejuízos humanos e materiais são incalculáveis.
A catástrofe já foi descrita como o pior desastre do hemisfério sul. Perante
a dimensão da tragédia, as Nações Unidas e a União Europeia já fizeram seguir
para Moçambique alguma ajuda humanitária de emergência e o governo português já
afirmou que “Portugal
estará na linha da frente do apoio internacional humanitário e técnico a
Moçambique nesta hora muito difícil”. Não pode ser de outra maneira.
Nesse
sentido, um membro do governo português já seguiu para Maputo para avaliar
necessidades e recolher as solicitações das autoridades moçambicanas, para que
sem demora se inicie uma cadeia de auxílio e de solidariedade de Portugal em prol
do povo moçambicano.
Tal
como aconteceu noutras circunstâncias graves, como por exemplo recentemente com
a destruição de Timor, os portugueses não deixarão de ser solidários com o povo moçambicano.