O navio-escola
espanhol Juan Sebastián de Elcano
regressou à sua base de Cádiz depois de ter
completado o seu XCV Crucero de
Instrucción, em que esteve ausente durante 189 dias e em que visitou onze
portos de sete países (Brasil, Argentina, Chile, Perú, Colombia, Costa Rica e
Estados Unidos).
O quase
centenário navio que já efectuou onze viagens de circumnavegação, foi
construído exactamente em Cádiz e nesta viagem cruzou pela primeira vez o mítico
cabo Horn, no extremo meridional da América do Sul. No seu historial consta que
é “o terceiro maior veleiro do mundo”, que navegou mais de um milhão e
oitocentas e cinquenta mil milhas por todos os mares do globo, tendo visitado
205 portos de 73 diferentes países. Naturalmente, os portos mais visitados pelo
navio foram Cádiz, onde tem a sua base, o porto galego de Marín que é a sede da
Escuela Naval Militar de Espanha, os portos das ilhas Canárias por serem o
ponto de partida para as travessias atlânticas e, nas duas margens do oceano, os
portos de Lisboa e de Nova Iorque.
O Juan Sebastián de Elcano é um verdadeiro
ex-libris do município de Cádiz e o seu regresso é notícia. Por isso, o jornal La
Voz de Cádiz destaca na sua edição de hoje o regresso do navio-escola
espanhol a Cádiz, com uma fotografia do navio a entrar na grande baía gaditana que
ocupa toda a primeira página e com a frase “El embajador de España y de Cádiz
regresa a su casa”. Este destaque mostra bem como os jornais espanhóis tratam o
seu navio-escola e estimulam a autoestima nacional, o que é bem diferente do
que fazem os jornais portugueses que, segundo creio, nunca fizeram notícia nem
manchete do regresso a Lisboa do nosso belíssimo navio-escola Sagres.