sábado, 22 de fevereiro de 2025

A Ucrânia é um pesadelo para a Europa

A mais recente edição do The Economist, a prestigiada revista inglesa de notícias e assuntos internacionais, destaca na sua capa uma ilustração em que se vê uma enorme mesa rodeada de cadeiras, em que apenas há duas que estão ocupadas pelas personagens do actual momento político - Donald Trump e Vladimir Putin – enquanto o vazio de todas as outras cadeiras inspirou a escolha do título principal desta edição - “o pior pesadelo da Europa”.
O título refere-se à Ucrânia que está em guerra e é um enorme país com mais de 600 mil quilómetros quadrados, com a questão ucraniana a ser de facto um grande pesadelo para a Europa, porque nos obriga a repensar o modelo que saiu da 2ª Guerra Mundial, bem como a criação da NATO e do Pacto de Varsóvia, a guerra fria, a reunificação alemã, a implosão da União Soviética e o alargamento para oriente da União Europeia e da NATO.
Neste processo histórico, a Europa esteve deslumbrada com a sua prosperidade, engordou e envelheceu, enquanto os seus líderes se deixaram enrolar pelas mordomias com que Bruxelas os distinguia e que satisfaziam as suas vaidades. Sujeitos aos seus interesses nacionais, não repararam no dinamismo que corria pelo mundo e na crescente irrelevância que tinham no panorama internacional. Foram esses líderes que, sem cuidar de saber o que pensavam as suas opiniões públicas, foram a correr para Kiev e enganaram Zelensky com promessas de amor eterno.
Agora, que começou a soprar uma ventania dos Estados Unidos, a Europa foi marginalizada e nem a sentaram naquela enorme mesa. Já está sob temporal e até ameaçada por um naufrágio porque, como é evidente, está sem timoneiros. 
A Ucrânia é realmente um pesadelo para a Europa.