Um dos maiores
jornais da Índia – o Hindustan Times – reservou a
primeira página da sua edição de hoje para anunciar a final da Indian Super League de futebol. Trata-se
de um acontecimento desportivo inédito, porque o futebol era até agora um acontecimento
marginal na Índia, onde prevalecem o
cricket e o hóquei em campo. As excepções eram Goa e a região de Calcutá
(Kolkata) onde o interesse pelo futebol domina, mas parece que agora já nem a
Índia resiste à globalização do futebol e ao seu encanto.
Este ano, pela
primeira vez, foi organizado um torneio nacional que foi baptizado como a Indian Super League. São oito equipas
criadas este ano em oito diferentes Estados ou cidades – Chennai, Delhi, Goa,
Guwahati (Assam), Kerala, Kolkata (Bengala), Mumbai e Pune (Maharastra). São equipas
que quase são selecções representativas desses Estados ou cidades, embora
incluam muitos jogadores contratados no estrangeiro e até haja vários jogadores
portugueses nessas equipas. A equipa de Goa contratou o famoso Zico para
treinador e o luso-francês Robert Pires como jogador, mas nas outras equipas
jogam antigos campeões do mundo e nomes famosos como Capdevilla, Del Piero,
Trézéguet, Silvestre, Nesta, David James e Anelka. Embora sejam jogadores em
fase descendente da sua carreira futebolística, os seus nomes sonantes, mais os
media e a publicidade, exponenciaram
o entusiasmo pelo futebol na Índia.
Na primeira fase
desta primeira edição da Indian Super
League jogaram todos contra todos e a classificação foi a seguinte: 1) Chennaiyin
FC; 2) FC Goa; 3) Atletico de Kolkata; 4) Kerala Blasters FC. Depois, os quatro
primeiros jogaram entre si. Kerala bateu Chennai e chegou à final. Goa
defrontou Kolkata, sem que dois jogos e prolongamentos dessem sequer um golo,
pelo que o finalista foi encontrado nos penaltis. Goa foi menos feliz e Kolkata
seguiu para a final que se disputa hoje entre as equipas de Kerala e de Kolkata.
Goa, a verdadeira capital indiana do futebol, fica de fora. É pena.