domingo, 31 de janeiro de 2021

Palmeiras ganhou e o exagero é português

Em tempos da preocupante pandemia que não nos larga, com as televisões a insistir no lançamento do pânico sobre a população através de um condenável sensacionalismo, o futebol é um dos escapes que vamos tendo nos espaços do nosso confinamento, para além da leitura, da música ou da escrita. 
O futebol, enquanto espectáculo colorido, dinâmico e por vezes com a harmonia de um bailado, suscita muito entusiasmo e, se não nos deixarmos levar pelo fanatismo e pelos excessos dos dirigentes, dos jornalistas e dos comentadores, é realmente um espectáculo muito atraente e divertido. 
Os portugueses gostam de futebol e actualmente a sua selecção é campeã da Europa. Há jogadores e treinadores portugueses um pouco por todo o mundo e, muitos deles, com reconhecido sucesso. Ontem, um desses treinadores, que se encontra no Brasil e se chama Abel Ferreira, levou a equipa da Sociedade Esportiva Palmeiras de S. Paulo, ou simplesmente Palmeiras, à vitória na Taça Libertadores da América, que é a maior prova entre clubes profissionais de futebol da América do Sul e uma espécie de Taça dos Campeões Europeus. A prova desperta grande entusiasmo em toda a América do Sul e os argentinos e os brasileiros, com 25 e 20 vitórias para cada um, têm dominado a competição que já foi ganha por equipas de sete diferentes países.
Tanto a imprensa brasileira como a imprensa portuguesa destacam essa notícia nas suas edições de hoje, mas o jornal A Bola ultrapassa todos e transforma o treinador Abel Ferreira num conquistador, o que é um exagero, mesmo para um jornal que como o seu nome diz, só se interessa pela bola de futebol. É mesmo um "patrioteirismo sem sentido" e a euforia brasileira foi bem mais contida. Portanto, parabéns ao treinador, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra