Em tempos da
preocupante pandemia que não nos larga, com as televisões a insistir no
lançamento do pânico sobre a população através de um condenável sensacionalismo,
o futebol é um dos escapes que vamos tendo nos espaços do nosso confinamento,
para além da leitura, da música ou da escrita.
O futebol,
enquanto espectáculo colorido, dinâmico e por vezes com a harmonia de um
bailado, suscita muito entusiasmo e, se não nos deixarmos levar pelo fanatismo
e pelos excessos dos dirigentes, dos jornalistas e dos comentadores, é
realmente um espectáculo muito atraente e divertido.
Os portugueses
gostam de futebol e actualmente a sua selecção é campeã da Europa. Há jogadores
e treinadores portugueses um pouco por todo o mundo e, muitos deles, com
reconhecido sucesso. Ontem, um desses
treinadores, que se encontra no Brasil e se chama Abel Ferreira, levou a equipa
da Sociedade Esportiva Palmeiras de S. Paulo, ou simplesmente Palmeiras, à
vitória na Taça Libertadores da América, que é a maior prova entre clubes profissionais
de futebol da América do Sul e uma espécie de Taça dos Campeões Europeus. A
prova desperta grande entusiasmo em toda a América do Sul e os argentinos e os
brasileiros, com 25 e 20 vitórias para cada um, têm dominado a competição que
já foi ganha por equipas de sete diferentes países.
Tanto a imprensa
brasileira como a imprensa portuguesa destacam essa notícia nas suas edições de
hoje, mas o jornal A Bola ultrapassa todos e transforma o treinador Abel Ferreira
num conquistador, o que é um exagero, mesmo para um jornal que como o seu nome
diz, só se interessa pela bola de futebol. É mesmo um "patrioteirismo sem sentido" e a euforia brasileira foi bem mais
contida. Portanto, parabéns ao treinador, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra…