sexta-feira, 8 de outubro de 2021

O mau momento do turismo de Macau

O jornal Tribuna de Macau anunciou na sua última edição que o turismo macaense está de rastos devido às restrições adoptadas devido à pandemia. Esta constatação revelou-se durante a recente “semana dourada” de Outubro, que se iniciou no primeiro dia do mês e que agrega sempre vários feriados, incluindo os que se referem à implantação da República Popular da China. 
Depois do Ano Novo Lunar, que é a principal festa das famílias chinesas, a “semana dourada” é o período de festividades que gera o maior movimento de massas na China. Por isso, o número de pessoas que visitam Macau durante a “semana dourada” é um indicador da vitalidade da indústria turística macaense, mas revela uma preocupante paralisia que afecta todas as actividades e o emprego turístico. Em 2019, antes da pandemia, um total de 985 mil pessoas visitaram Macau e, na “semana dourada” de 2020, houve 156.300 pessoas que visitaram o território. Este ano, Macau registou a entrada de apenas 8.159 visitantes. Os números falam por si.
A grande massa de visitantes de Macau é oriunda da República Popular da China (60%) e do vizinho território de Hong Kong (40%). Apesar da taxa de ocupação hoteleira ainda estar elevada devido ao alojamento de residentes e de pessoas retidas devido à quarentena imposta pelas autoridades dos territórios vizinhos, os representantes do sector afirmam que “o sector do turismo continua numa situação de quase total paralisação” e reclamam medidas que deverão ser coordenadas com as autoridades de Hong Kong e da República Popular da China.
No entanto, o que suscita a atenção da primeira página do jornal macaense não é tanto a notícia do “turismo de rastos”, mas a fotografia das ruinas da igreja de S. Paulo, o ex-libris de Macau, vazias e sem a habitual multidão de turistas.