Na passada semana (dias 29 e 30 de Abril) ocorreu o casamento do neto da Rainha da Inglaterra (em Londres) e a beatificação do Papa João Paulo II (em Roma).
Foram dois acontecimentos que interessaram muitos milhões de pessoas em todo o mundo e que, naturalmente, também foram acompanhados em Portugal.
Por isso, as televisões portuguesas decidiram inclui-los nas suas programações, afectando-lhe muitas horas de antena e muitos comentários.
O país foi “convidado” a acompanhar o “casamento do século” e a “beatificação da década”.
Não surpreende que tivesse sido assim, porque a lógica televisiva passa por esse tipo de acontecimentos/espectáculos. O que surpreendeu foi a quantidade de jornalistas e repórteres que as televisões portuguesas decidiram deslocar para essas duas cidades, o que representa uma assinalável despesa mas que revela uma virtual saúde financeira das empresas, que contrasta com a debilidade do país. Não era necessária a mobilização de tanta gente. Custa muito dinheiro. O dever de informar não se pode sobrepor a tudo. Quem não tem dinheiro não pode ter vícios. No caso da RTP ficamos espantados com estes excessos e estas passeatas, a que ninguém põe cobro.
Mas não ficamos por aqui. No dia 2 de Maio, poucas horas depois do anúncio da morte de Osama Bin Laden, lá estavam dois (bons) jornalistas da RTP em Nova York a fazer reportagem.
Londres, Roma, Nova York… enquanto uns apertam o cinto, outros vivem à grande e à francesa. Por mim, basta!