sábado, 24 de abril de 2021

Na Galiza também se evoca o 25 de Abril

O diário Nòs Diario é um jornal galego nascido no dia 2 de Janeiro de 2020 e que se publica na cidade de Santiago de Compostela, afirmando-se como um “xornal de intereses galegos”. Num país com 17 regiões autónomas e com ideias independentistas com peso em algumas delas, é uma novidade a existência de um jornal regional que utiliza a língua galega e que defende interesses galegos. Já havia jornais da Catalunha em catalão, jornais do País Basco em basco e, agora, há um jornal da Galiza em galego.
Porém, o aspecto mais curioso da edição de hoje do Nòs Diario é a evocação que é feita do 25 de Abril, com a imagem de um cravo vermelho que é o símbolo daquela data que foi libertadora para o Portugal de Marcelo Caetano e, indirectamente, para a Espanha de Francisco Franco que, por acaso, era galego do Ferrol. Na sua evocação o jornal diz que o 25 de Abril é “unha data que segue viva 47 anos despois”.
Por acaso, também dois jornais do longínquo território de Macau assinalaram o 25 de Abril nas suas edições de ontem, com a imagem do simbólico cravo vermelho. Não sei que evocações serão feitas pela imprensa portuguesa de amanhã, mas as polémicas e as politiquices parece terem tomado conta dessa data libertadora, que deveria ser de unidade e festa.
“As portas que Abril abriu”, o inspirado verso de José Carlos Ari dos Santos, ainda estão abertas e não podem ser só para alguns.

A Espanha já constrói os seus submarinos

Diversos jornais espanhóis destacaram ontem a cerimónia do lançamento à água nos estaleiros da Navantia em Cartagena, do novo submarino espanhol Isaac Peral que, segundo algumas notícias é “la nueva joya de las Fuerzas Armadas”, ou mesmo “el más potente del mundo”. A nova unidade teve por madrinha a princesa Leonor, a filha mais velha do rei Filipe VI.
Sem dúvida que se trata de uma aposta importante da indústria naval espanhola, resultante de cerca de 16 anos de investimento, em que participaram mais de nove mil pessoas. Segundo o director do estaleiro, a Espanha passa a fazer parte do reduzido grupo de dez países do mundo com capacidade para desenhar e construir submarinos. Esta unidade tem 80 metros de comprimento, terá 32 tripulantes e poderá alojar oito elementos de forças especiais. Uma das suas capacidades é a possibilidade, única no quadro dos submarinos convencionais dos países da NATO, de lançamento de mísseis de ataque a terra. O submarino Isaac Peral (S81) estará operacional em 2023, seguindo-se a entrega de três outras unidades em 2024, 2026 e 2028, que já estão em construção. Estes quatro submarinos servirão para “corrigir una situación precaria de la flota española, que solo cuenta com dos naves, el Tramontana y el Galerna, encontrándose esta última en un proceso de inspección que suele durar unos dos años”. 
Entretanto, a Navantia apresentou-se num concurso internacional em que se candidata à construção de seis submarinos para a Marinha da India, o que a ter sucesso representará uma grande vitória para a indústria naval espanhola.