sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

O estado de emergência na Catalunha

Os pensadores que se dedicam à avaliação do estado do nosso planeta costumam centrar-se nas problemáticas das conflitualidades e das geoestratégias das grandes potências, nos problemas económicos à escala global, na transição energética e digital, na fome e na pobreza, entre outros. Porém, começa a ser recorrente ouvir referir as alterações climáticas como uma variável determinante quando se equacionam as possíveis evoluções do estado do mundo. É crescente o número de acontecimentos, por vezes trágicos, que são devidos às alterações climáticas e que afectam algumas regiões do mundo. Uma dessas regiões situa-se na península Ibérica. É a Comunidade Autónoma da Catalunha.
A Catalunha está a passar por uma seca jamais registada e o jornal elPeriódico, que se publica em Barcelona, publica na sua primeira página uma torneira e anuncia que “llegan las restricciones”. Segundo aquele jornal, em finais de Janeiro as barragens encontravam-se num mínimo histórico de 16,9%, pelo que foi declarado o “estado de emergencia por sequía” para seis milhões de catalães de Barcelona e Girona, o que significa que entraram em vigor as restrições ao uso da água, o que obrigará os municípios a não superar o consumo de 200 litros diários por pessoa, para todos os usos. Assim, fica proibida a lavagem de carros, o enchimento de piscinas, a limpeza dos espaços públicos e do mobiliário urbano, entre outras restrições.
Perante esta situação, o governo central mostrou-se disposto a ajudar em tudo o que seja necessário para que a Catalunha supere esta situação, tendo comprometido 500 milhões de euros que se destinam à construção de dessalinizadoras em Tordera e Cubelles/Foix.
Até parece que as alterações climáticas pertubam mais a estabilidade dos catalães, do que quaisquer das costumadas crises separatistas.