Os pensadores que
se dedicam à avaliação do estado do nosso planeta costumam centrar-se nas problemáticas
das conflitualidades e das geoestratégias das grandes potências, nos problemas
económicos à escala global, na transição energética e digital, na fome e na
pobreza, entre outros. Porém, começa a ser recorrente ouvir referir as alterações climáticas como uma variável
determinante quando se equacionam as possíveis evoluções do estado do mundo. É
crescente o número de acontecimentos, por vezes trágicos, que são devidos às
alterações climáticas e que afectam algumas regiões do mundo. Uma dessas
regiões situa-se na península Ibérica. É a Comunidade Autónoma da Catalunha.
A Catalunha está
a passar por uma seca jamais registada e o jornal elPeriódico, que se
publica em Barcelona, publica na sua primeira página uma torneira e anuncia que
“llegan las restricciones”. Segundo aquele jornal, em finais de Janeiro as
barragens encontravam-se num mínimo histórico de 16,9%, pelo que foi declarado
o “estado de emergencia por sequía” para seis milhões de catalães de Barcelona
e Girona, o que significa que entraram em vigor as restrições ao uso da água, o
que obrigará os municípios a não superar o consumo de 200 litros diários por
pessoa, para todos os usos. Assim, fica proibida a lavagem de carros, o
enchimento de piscinas, a limpeza dos espaços públicos e do mobiliário urbano,
entre outras restrições.
Perante esta
situação, o governo central mostrou-se disposto a ajudar em tudo o que seja
necessário para que a Catalunha supere esta situação, tendo comprometido 500
milhões de euros que se destinam à construção de dessalinizadoras em Tordera e Cubelles/Foix.
Até parece que as
alterações climáticas pertubam mais a estabilidade dos catalães, do que quaisquer
das costumadas crises separatistas.
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