quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A promoção turística da ilha da Madeira

Acaba de ser publicada em França mais uma edição da revista Destination Portugal, que é dedicada à ilha da Madeira. Trata-se do número 11 de uma revista dedicada a Portugal, que é classificado como a nova destination-phare dos franceses ou também como le nouvel Eldorado. A iniciativa de publicar uma revista com este título e que já vai no seu 11º número despertou a minha curiosidade e fui investigar.
Trata-se de uma revista especializada em Turismo que nasceu em 2016 em Chamalières, nos arredores de Clermont-Ferrand, no centro da França, por iniciativa de uma pequena empresa com o nome de Vasco Editions. Com este nome, pensei de imediato que se tratava de uma editora criada e constituída por portugueses ou luso-descendentes que tinham detectado uma oportunidade de mercado cujo público-alvo era a comunidade francesa luso-descendente, que deve ser bem numerosa e que se interessava por Portugal. Porém, verifiquei que os sócios que, aparentemente, são os únicos trabalhadores da empresa, são Christophe Bonicel e Yves Goutorbe, cujos nomes não indiciam qualquer ligação a Portugal.
Das edições já publicadas destaca-se que já foram dedicadas à Nazare (la nouvelle vague), a Lisboa (duas edições), Albufeira, Peniche, Cascais, Aveiro, Porto (au top) e Lagos.
Com excelentes fotografias, a revista Destination Portugal satisfaz o mercado turístico francês que “gosta de viajar,  mas que se informa previamente sobre o que vai ver”, deve ser um projecto economicamente rentável e, ao mesmo tempo, promove o que de bom existe em Portugal. Por ainda não ter tido acesso à revista, não sei até que ponto ela é subsidiada pelas agências de turismo português.

Angola, Portugal e o desejado reencontro

O Presidente da República de Angola está em Portugal para uma visita oficial de três dias a convite de Marcelo Rebelo de Sousa e a primeira coisa a fazer é dar as boas vindas a João Manuel Gonçalves Lourenço. A visita de JLo tem a marca de um reencontro entre irmãos que falam a mesma língua, que estiveram amuados e que é, portanto, muito desejado por angolanos e por portugueses.
Durante estes três dias, o presidente angolano vai encontrar-se com as autoridades portuguesas, estará numa sessão solene na Assembleia da República, viajará para o Porto, participará em seminários de natureza comercial e, sobretudo, vai sentir como são fortes os laços de amizade que os portugueses nutrem por Angola e pelos angolanos.
Portanto, o patamar desta visita vai estar muito acima dos interesses circunstanciais da conjuntura, dos negócios, das trocas comerciais, dos investimentos ou da discussão das dívidas, situando-se num plano verdadeiramente estratégico de contornos políticos e económicos, mas também de forte significado cultural e, naturalmente, de grande conteúdo emocional. Os anos de chumbo que turvaram a relação entre os dois países parece terem sido ultrapassados e agora parecem avizinhar-se anos de ouro no entendimento e na cooperação luso-angolana, como todos desejam por cá e por lá, não só em relação aos negócios e à economia, mas também em relação a outros assuntos desde a educação à saúde, sem marginalizar o intercâmbio cultural, desportivo e científico.
O Presidente de Angola representa o povo angolano e, por isso, traz consigo uma longa história comum entre os dois povos, que nem sempre correu da melhor maneira, mas a História foi o que foi e os seus julgamentos nem sempre são os mais apropriados, sobretudo quando são feitos por quem pensa condicionado pela ideologia do tempo presente. Nos tempos de incerteza em que vive o mundo, Portugal e Angola bem precisam de se entender porque as vantagens desse entendimento são enormes.