O Presidente da
República de Angola está em Portugal para uma visita oficial de três dias a
convite de Marcelo Rebelo de Sousa e a primeira coisa a fazer é dar as boas
vindas a João Manuel Gonçalves Lourenço. A visita de JLo tem a marca de
um reencontro entre irmãos que falam a mesma língua, que estiveram amuados e que é,
portanto, muito desejado por angolanos e por portugueses.
Durante estes
três dias, o presidente angolano vai encontrar-se com as autoridades portuguesas,
estará numa sessão solene na Assembleia da República, viajará para o Porto,
participará em seminários de natureza comercial e, sobretudo, vai sentir como
são fortes os laços de amizade que os portugueses nutrem por Angola e pelos
angolanos.
Portanto, o
patamar desta visita vai estar muito acima dos interesses circunstanciais da
conjuntura, dos negócios, das trocas comerciais, dos investimentos ou da
discussão das dívidas, situando-se num plano verdadeiramente estratégico de contornos
políticos e económicos, mas também de forte significado cultural e,
naturalmente, de grande conteúdo emocional. Os anos de chumbo que turvaram a
relação entre os dois países parece terem sido ultrapassados e agora parecem
avizinhar-se anos de ouro no entendimento e na cooperação luso-angolana, como
todos desejam por cá e por lá, não só em relação aos negócios e à economia, mas
também em relação a outros assuntos desde a educação à saúde, sem marginalizar o
intercâmbio cultural, desportivo e científico.
O Presidente de
Angola representa o povo angolano e, por isso, traz consigo uma longa história
comum entre os dois povos, que nem sempre correu da melhor maneira, mas a História
foi o que foi e os seus julgamentos nem sempre são os mais apropriados,
sobretudo quando são feitos por quem pensa condicionado pela ideologia do tempo
presente. Nos tempos de incerteza em que vive o mundo, Portugal e Angola bem precisam de se entender porque as vantagens desse entendimento são enormes.
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