quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Angola, Portugal e o desejado reencontro

O Presidente da República de Angola está em Portugal para uma visita oficial de três dias a convite de Marcelo Rebelo de Sousa e a primeira coisa a fazer é dar as boas vindas a João Manuel Gonçalves Lourenço. A visita de JLo tem a marca de um reencontro entre irmãos que falam a mesma língua, que estiveram amuados e que é, portanto, muito desejado por angolanos e por portugueses.
Durante estes três dias, o presidente angolano vai encontrar-se com as autoridades portuguesas, estará numa sessão solene na Assembleia da República, viajará para o Porto, participará em seminários de natureza comercial e, sobretudo, vai sentir como são fortes os laços de amizade que os portugueses nutrem por Angola e pelos angolanos.
Portanto, o patamar desta visita vai estar muito acima dos interesses circunstanciais da conjuntura, dos negócios, das trocas comerciais, dos investimentos ou da discussão das dívidas, situando-se num plano verdadeiramente estratégico de contornos políticos e económicos, mas também de forte significado cultural e, naturalmente, de grande conteúdo emocional. Os anos de chumbo que turvaram a relação entre os dois países parece terem sido ultrapassados e agora parecem avizinhar-se anos de ouro no entendimento e na cooperação luso-angolana, como todos desejam por cá e por lá, não só em relação aos negócios e à economia, mas também em relação a outros assuntos desde a educação à saúde, sem marginalizar o intercâmbio cultural, desportivo e científico.
O Presidente de Angola representa o povo angolano e, por isso, traz consigo uma longa história comum entre os dois povos, que nem sempre correu da melhor maneira, mas a História foi o que foi e os seus julgamentos nem sempre são os mais apropriados, sobretudo quando são feitos por quem pensa condicionado pela ideologia do tempo presente. Nos tempos de incerteza em que vive o mundo, Portugal e Angola bem precisam de se entender porque as vantagens desse entendimento são enormes.

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