As touradas e as
outras festas tauromáquicas apareceram agora na agenda política e mediática mas não são
um problema e, muito menos, um problema importante. Importantes serão outros
problemas como a pobreza ou a fome, os baixos salários e as pensões, a
desertificação do interior, as alterações climáticas ou a poluição dos nossos
rios. Esses é que são alguns dos nossos verdadeiros problemas!
As corridas de
touros e as touradas não são um problema, pois são apenas espectáculos que
muita gente aprecia loucamente e que, outros tantos, detestam também loucamente.
No primeiro grupo
estão os que condenam a barbaridade que é picar ou matar um touro e, no outro
grupo estão os que transbordam de entusiasmo pela festa brava e que são os chamados aficionados. Entre os meus amigos
tenho quem pertença ao primeiro grupo e quem pertença ao segundo.
As festas
tauromáquicas fazem pare da cultura portuguesa desde há muitos anos e nalguns
casos são verdadeiras festas populares, caso das largadas de touros do Colete
Encarnado em Vila Franca de Xira, das Festas da Moita ou de Alcochete, das
touradas à corda na ilha Terceira e de outras festas tauromáquicas que se
realizam em diversas localidades do país.
Hoje o jornal
i salienta que a “tourada agita família socialista”, mas provavelmente
agita muito mais famílias, porque são duas barricadas irreconciliáveis. Por
isso, há que compatibilizar a vontade das gentes da Moita, de Vila Franca de Xira e da
Praia da Vitória, por exemplo, com a vontade das gentes de outras localidades onde a festa
brava não tem tradição, nem é apreciada. A cultura portuguesa tem muitas
especificidades regionais e as festas tauromáquicas têm esse cunho regional.
Assim, deverá ser cada Município a decidir a solução de maior agrado para os
seus munícipes, tal como decide sobre outras iniciativas culturais. Pessoalmente, tenciono continuar a optar por outras iniciativas culturais.
Sem comentários:
Enviar um comentário