As autoridades
moçambicanas decidiram evocar a passagem dos 200 anos da elevação à categoria
de cidade da Ilha de Moçambique e o jornal O País tratou de ilustrar a primeira
página da sua edição de hoje com uma fotografia da imponente fortaleza de São
Sebastião, construida pelos portugueses no século XVI.
Até 1898 a pequena Ilha de
Moçambique que tem 2,5
quilómetros de comprimento máximo, foi a capital da África
Oriental Portuguesa e aí foi construída a fortaleza que tinha por objectivo
assegurar protecção às naus da carreira da Índia, mas também outros baluartes
defensivos, igrejas, palácios e armazéns. A sua população agrupa-se por
diferentes grupos religiosos com destaque para os cristãos e para os islâmicos,
mas na ilha parece haver todas as religiões e todos os principais grupos étnicos.
Em 1960 foi construida uma ponte com cerca de 5 quilómetros que
liga a Ilha ao continente e, desde 1991, que a Ilha de Moçambique foi
classificada como Património Mundial pela Unesco.
A história da
Ilha de Moçambique não cabe num pequeno texto, mas é seguramente um dos mais
expressivos capítulos da história da expansão portuguesa pelo mundo. Segundo relata
a imprensa local, as comemorações do seu estauto de cidade bicentenária e de primeira
capital de Moçambique tiveram a presença de Filipe Nyusi, o Presidente da República
de Moçambique, vários membros do governo, deputados, magistrados, membros do
corpo diplomático, empresários e membros da sociedade civil entre nacionais e estrangeiros.
Nenhuma notícia refere a presença portuguesa nas cerimónias que terá sido bem
discreta, o que é de lamentar, pois o património edificado na ilha faz parte
das melhores memórias históricas portuguesas e a sua preservação tem sido
apoiada por instituições portuguesas.