terça-feira, 18 de setembro de 2018

Ilha de Moçambique, cidade bicentenária

As autoridades moçambicanas decidiram evocar a passagem dos 200 anos da elevação à categoria de cidade da Ilha de Moçambique e o jornal O País tratou de ilustrar a primeira página da sua edição de hoje com uma fotografia da imponente fortaleza de São Sebastião, construida pelos portugueses no século XVI.
Até 1898 a pequena Ilha de Moçambique que tem 2,5 quilómetros de comprimento máximo, foi a capital da África Oriental Portuguesa e aí foi construída a fortaleza que tinha por objectivo assegurar protecção às naus da carreira da Índia, mas também outros baluartes defensivos, igrejas, palácios e armazéns. A sua população agrupa-se por diferentes grupos religiosos com destaque para os cristãos e para os islâmicos, mas na ilha parece haver todas as religiões e todos os principais grupos étnicos. Em 1960 foi construida uma ponte com cerca de 5 quilómetros que liga a Ilha ao continente e, desde 1991, que a Ilha de Moçambique foi classificada como Património Mundial pela Unesco.
A história da Ilha de Moçambique não cabe num pequeno texto, mas é seguramente um dos mais expressivos capítulos da história da expansão portuguesa pelo mundo. Segundo relata a imprensa local, as comemorações do seu estauto de cidade bicentenária e de primeira capital de Moçambique tiveram a presença de Filipe Nyusi, o Presidente da República de Moçambique, vários membros do governo, deputados, magistrados, membros do corpo diplomático, empresários e membros da sociedade civil entre nacionais e estrangeiros. Nenhuma notícia refere a presença portuguesa nas cerimónias que terá sido bem discreta, o que é de lamentar, pois o património edificado na ilha faz parte das melhores memórias históricas portuguesas e a sua preservação tem sido apoiada por instituições portuguesas.