O Presidente Moon
Jae-in da Coreia do Sul viajou de Seul para Pyongyang, onde foi recebido pelo
Presidente Kim Jong-un da Coreia do Norte. Esta visita é um dos mais
extraordinários acontecimentos da política internacional nos últimos tempos, porque em termos políticos e
jurídicos “pode acabar com a guerra que nunca acabou”, como refere a edição de
hoje do The Wall Street Journal.
A guerra da
Coreia aconteceu entre 1950 e 1953 devido à rivalidade entre americanos e
soviéticos que pretendiam dominar a península da Coreia e deram origem a uma
guerra entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, em que os aliados de ambos os
lados quase reeditavam a 2ª Guerra Mundial, mas então com alto risco de uma
guerra nuclear. Morreram cerca de 4 milhões de coreanos e, por acção das Nações
Unidas, no dia 27 de Julho de 1953 foi assinado um armistício que assegurou a
cessação das hostilidades “até que uma solução pacífica final seja alcançada”. Essa
solução, ou esse tratado, nunca foi assinado mas, recentemente, os dois
dirigentes coreanos prometeram que, até ao final do ano, seria assinado um tratado de paz.
Passaram-se 65
anos e, na realidade, as duas Coreias permaneceram divididas e os pequenos
conflitos continuaram, sem terem revestido um carácter militar, embora o
desenvolvimento das capacidades nucleares norte-coreanas tenha sido uma preocupação
para os coreanos do Sul e uma ameaça à paz mundial. Entretanto, a Zona Desmilitarizada da Coreia, uma faixa de segurança
criada em 1953 com 238 km
de comprimento e 4 km
de profundidade, continua a servir de fronteira e a ser a zona mais militarizada do mundo.
Agora que o
Presidente Moon Jae-in foi a Pyongyang e que o Presidente Kim Jong-un parece ir
brevemente a Seul, ao mesmo tempo que se abraçam como velhos amigos e anunciam
uma candidatura conjunta aos Jogos Olímpicos de 1932, tudo parece entrar num
caminho de paz.