quinta-feira, 6 de julho de 2023

O dia mais quente de sempre no mundo

As alterações climáticas são uma realidade cada vez mais sentida no mundo, apesar de ainda haver países que continuam a ignorar os compromissos assumidos com a assinatura dos Acordos Climáticos de Paris de 2015. A persistência com que vão afectando a vida no nosso planeta teve nos últimos dias um episódio significativo, quando na passada segunda-feira foi registada a mais elevada temperatura média de sempre - 17,01 graus C - com os termómetros a ultrapassarem os 45 graus em muitas cidades do Médio Oriente e dos Estados Unidos. Nessa altura, os especialistas afirmaram que esse valor seria ultrapassado em breve e… tinham razão. 
De facto, na terça-feira seguinte, que foi o dia 4 de Julho, o recorde foi novamente batido quando a temperatura média diária do ar na superfície da Terra foi de 17,18 graus C, isto é, foi o dia mais quente de sempre no mundo, segundo os dados medidos nos Estados Unidos pelos serviços da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) e por outras agências. A NOAA regista os valores máximos mundiais da temperatura do ar desde 1979 e o seu maior registo tinha sido estabelecido no dia 24 de Julho de 2022 com 16,92 graus C.
António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, tem sido o grande paladino pela causa da luta contra as alterações climáticas e, perante estes casos, afirmou numa conferência de imprensa em Nova Iorque, estar muito preocupado com a posição do mundo em relação ao clima e com a “falta de ambição e cooperação”, acentuando que "as actuais políticas levarão à catástrofe".
O jornal brasileiro O Globo fez deste caso a notícia do dia, mas os jornais generalistas portugueses destacaram que um tal Di Maria assinara contrato com o Benfica e que as equipas do FC Porto e do SL Benfica se encontrarão no dia 1 de Outubro, na 7ª jornada do campeonato. Que tristeza…

Onda de violência e vandalismo em França

No passado dia 27 de Junho, um jovem francês chamado Nahel de origem magrebina e com 17 anos de idade, foi morto nos arredores de Paris pelo disparo de um agente durante uma operação de controlo policial, quanto tentava esquivar-se com o automóvel que conduzia sem carta de condução. Este episódio inflamou o país e reacendeu a enorme tensão social devida às assimetrias da sociedade francesa, bem como as acusações de racismo feitas às forças de segurança francesas, surgindo na linha dos protestos violentos dos últimos anos, como a reacção ao aumento da idade da reforma ou o movimento dos coletes amarelos. Todas estas situações geraram violência e vandalismo em várias cidades francesas, estando apurado que a idade média dos participantes na onda de protesto é de 17-18 anos.
Segundo revelou o ministro do Interior, os distúrbios ocorridos nos últimos dez dias provocaram incêndios em 2.508 edifícios e a destruição de 12.031 veículos automóveis, enquanto 3.505 pessoas, na sua maioria jovens, foram detidas por suspeita de envolvimento nesses crimes. As forças policiais registaram um total de 23.178 incêndios, dos quais 273 atingiram esquadras da polícia ou quartéis da guarda nacional. Uma enormidade! 
O mundo está estupefacto com esta onda de violência e de vandalismo que se verifica muito frequentemente em França, o país da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. O jornal La Dépêche du Midi, que se publica em Toulouse, exprime bem essa estupefação ao destacar em primeira página que “le monde ne nous reconnaît plus”.
Esta situação mostra-nos a incapacidade de alguns líderes europeus, designadamente Emmanuel Macron, para gerir os actuais problemas sociais que afectam os seus países e obriga-nos a repensar o mundo e a Europa em que temos vivido.