No passado dia 27
de Junho, um jovem francês chamado Nahel de origem magrebina e com 17 anos de
idade, foi morto nos arredores de Paris pelo disparo de um agente durante uma operação de controlo
policial, quanto tentava esquivar-se com o automóvel
que conduzia sem carta de condução. Este episódio inflamou o país e reacendeu a
enorme tensão social devida às assimetrias da sociedade francesa, bem como as
acusações de racismo feitas às forças de segurança francesas, surgindo na linha dos
protestos violentos dos últimos anos, como a reacção ao aumento da idade da
reforma ou o movimento dos coletes amarelos. Todas estas situações geraram
violência e vandalismo em várias cidades francesas, estando apurado que a idade
média dos participantes na onda de protesto é de 17-18 anos.
Segundo revelou o
ministro do Interior, os distúrbios ocorridos nos últimos dez dias provocaram
incêndios em 2.508 edifícios e a destruição de 12.031 veículos automóveis,
enquanto 3.505 pessoas, na sua maioria jovens, foram detidas por suspeita de envolvimento
nesses crimes. As forças policiais registaram um total de 23.178 incêndios, dos
quais 273 atingiram esquadras da polícia ou quartéis da guarda nacional. Uma enormidade!
O
mundo está estupefacto com esta onda de violência e de vandalismo que se verifica
muito frequentemente em França, o país da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
O jornal La Dépêche du Midi, que se publica em Toulouse, exprime bem
essa estupefação ao destacar em primeira página que “le monde ne nous
reconnaît plus”.
Esta situação
mostra-nos a incapacidade de alguns líderes europeus, designadamente Emmanuel
Macron, para gerir os actuais problemas sociais que afectam os seus países e
obriga-nos a repensar o mundo e a Europa em que temos vivido.
Muito difícil de compreender ... tanto a causa como as consequências.
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