sexta-feira, 15 de setembro de 2023

As alianças e os interesses na Geopolítica

O negócio do armamento é um importante sector da economia de alguns países e, segundo revelou o Sipri – Stockholm International Peace Reserarch Institute, há cinco países que controlam três quartos do mercado mundial da venda de armas: Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha e China. A produção e a venda de armamento é essencial para as suas economias, incluindo o emprego e a balança de pagamentos. Por isso, eles competem entre si pela conquista dos mercados mundiais, que se localizam sobretudo no Médio Oriente, que é o principal destino da produção de armamento, mas também em países como a Índia, o Paquistão, a Arábia Saudita, a Coreia do Sul e alguns outros. Este quadro exportador também se relaciona com as necessidades próprias de cada um dos nove estados que dispõem de armamento nuclear – Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte – que continuam a reforçar os seus arsenais nucleares e convencionais. Pode mesmo afirmar-se que, todos estes países concorrem entre si e mostram que os egoísmos e os seus interesses nacionais se sobrepõem às alianças e às solidariedades, havendo algumas teorias que defendem que as guerras são uma necessidade para alimentar este sistema.
Hoje, o jornal francês Le Télégramme recorda a “traição” australiana anunciada no dia 15 de Setembro de 2021, exactamente há dois anos, quando aquele país, contra todas as expectativas das relações comerciais internacionais, decidiu anular o “contrato do século” relativo à encomenda de doze submarinos que seriam construídos pela França. Essa construção resultara de um concurso internacional que os franceses ganharam em 2016, mas os interesses de um acordo de cooperação militar denominado Aukus, assinado pela Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, traiu a França e a economia francesa. Para os franceses foi uma traição de "amigos e aliados" e “uma facada nas costas”, enquanto o primeiro-ministro Scott Morrison é acusado de ter feito jogo duplo e de ser desonesto. Egoísmos fortes e alianças fracas.