O negócio do
armamento é um importante sector da economia de alguns países e, segundo
revelou o Sipri – Stockholm International Peace Reserarch Institute, há cinco países que controlam três quartos do mercado mundial da venda de armas: Estados
Unidos, Rússia, França, Alemanha e China. A produção e a venda de armamento é
essencial para as suas economias, incluindo o emprego e a balança de pagamentos. Por isso, eles competem entre si
pela conquista dos mercados mundiais, que se localizam sobretudo no Médio
Oriente, que é o principal destino da produção de armamento, mas também em países como a Índia, o Paquistão, a Arábia Saudita, a Coreia do Sul e alguns outros. Este quadro exportador também se relaciona
com as necessidades próprias de cada um dos nove estados que dispõem de
armamento nuclear – Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia,
Paquistão, Israel e Coreia do Norte – que continuam a reforçar os seus arsenais
nucleares e convencionais. Pode mesmo afirmar-se que, todos estes países
concorrem entre si e mostram que os egoísmos e os seus interesses nacionais se
sobrepõem às alianças e às solidariedades, havendo algumas teorias que defendem
que as guerras são uma necessidade para alimentar este sistema.
Hoje, o jornal
francês Le Télégramme recorda a “traição” australiana anunciada no dia
15 de Setembro de 2021, exactamente há dois anos, quando aquele país, contra
todas as expectativas das relações comerciais internacionais, decidiu anular o “contrato
do século” relativo à encomenda de doze submarinos que seriam construídos pela
França. Essa construção resultara de um concurso internacional que os franceses
ganharam em 2016, mas os interesses de um acordo de cooperação militar
denominado Aukus, assinado pela Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, traiu
a França e a economia francesa. Para os franceses foi uma traição de "amigos e aliados" e “uma
facada nas costas”, enquanto o primeiro-ministro Scott Morrison é acusado de ter
feito jogo duplo e de ser desonesto. Egoísmos fortes e alianças fracas.