quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Em apoio da Palestina e do seu povo

Não é costume que o JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias trate de matérias como a Palestina, como acontece na sua última edição, a propósito do apoio que as Artes têm dado à luta do povo palestiniano pela sua dignidade e pelo seu direito a viver na sua terra. Comentando esse facto, José Carlos de Vasconcelos justifica-o porque estamos perante “uma injustiça, um conflito, um drama, uma tragédia de tão longa duração, proporções tão terríveis e devastadoras”.
Acontece que diariamente nos chegam notícias de mais atrocidades e de mais mortes em Gaza, com milhares de pessoas com as suas casas destruídas e as suas vidas destroçadas. Já são mais de 40 mil mortos, mas esse número aumenta todos os dias. As forças israelitas continuam a matar e a destruir, não poupando hospitais nem escolas, nem a acção das organizações humanitárias e das agências das Nações Unidas, ao mesmo tempo que impedem que os abastecimentos humanitários, incluindo água e comida, cheguem a quem deles necessita. 
É uma crueldade extrema que nada justifica. Muitas vozes classificam estas acções israelitas como crimes de genocídio e o Tribunal Penal Internacional já emitiu mandado de captura contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, enquanto principal responsável por supostos crimes de guerra cometidos nesta guerra, que nasceu do ataque terrorista do Hamas de 7 de Outubro de 2022.
Não há humanidade, nem decência, nem respeito pelos direitos humanos na acção dos extremistas israelitas, nem na indiferença e cumplicidade com que os Estados Unidos e a União Europeia parecem apoiar Israel, mesmo que Antony Blinken ou Ursula van der Leyen aparentem fazer esforços para travar as atrocidades israelitas.
Neste contexto, o JL sugere que Portugal não espere pela decisão da União Europeia e que “devia reconhecer formalmente o Estado da Palestina, como já fizeram muito mais de cem países, entre eles todos os países lusófonos e, em Maio passado, a Espanha”. Não se percebe a raxão porque, nem António Costa nem Luís Montenegro, deram esse passo...