Não é costume que
o JL
– Jornal de Letras, Artes e Ideias trate de matérias como a Palestina, como
acontece na sua última edição, a propósito do apoio que as Artes têm dado à
luta do povo palestiniano pela sua dignidade e pelo seu direito a viver na sua
terra. Comentando esse facto, José Carlos de Vasconcelos justifica-o porque
estamos perante “uma injustiça, um conflito, um drama, uma tragédia de tão
longa duração, proporções tão terríveis e devastadoras”.
Acontece que
diariamente nos chegam notícias de mais atrocidades e de mais mortes em Gaza,
com milhares de pessoas com as suas casas destruídas e as suas vidas
destroçadas. Já são mais de 40 mil mortos, mas esse número aumenta todos os
dias. As forças israelitas continuam a matar e a destruir, não poupando
hospitais nem escolas, nem a acção das organizações humanitárias e das agências
das Nações Unidas, ao mesmo tempo que impedem que os abastecimentos
humanitários, incluindo água e comida, cheguem a quem deles necessita.
É uma crueldade extrema que nada justifica. Muitas vozes
classificam estas acções israelitas como crimes de genocídio e o Tribunal Penal
Internacional já emitiu mandado de captura contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, enquanto principal responsável por supostos
crimes de guerra cometidos nesta guerra, que nasceu do ataque terrorista do
Hamas de 7 de Outubro de 2022.
Não há humanidade,
nem decência, nem respeito pelos direitos humanos na acção dos extremistas israelitas,
nem na indiferença e cumplicidade com que os Estados Unidos e a União Europeia parecem apoiar
Israel, mesmo que Antony Blinken ou Ursula van der Leyen aparentem fazer
esforços para travar as atrocidades israelitas.
Neste contexto, o
JL
sugere que Portugal não espere pela decisão da União Europeia e que “devia
reconhecer formalmente o Estado da Palestina, como já fizeram muito mais de cem
países, entre eles todos os países lusófonos e, em Maio passado, a Espanha”. Não se percebe a raxão porque, nem António Costa nem Luís Montenegro, deram esse passo...