Há fotografias
que se tornam documentos únicos ou simbólicos de grandes acontecimentos e que
ficam para a história, assim acontecendo com a imagem esverdeada e com pouca
nitidez que hoje é publicada pelo jornal Le
Monde, mas também por outros jornais de referência, em que o último soldado
americano abandona Cabul. Trata-se do major-general Christopher Donahue de 52
anos de idade que comandava o 82nd Airbone Division e que foi fotografado por
uma câmara de visão nocturna a entrar para o último C-17 que saiu de Cabul.
A imagem fixa um
momento simbólico, em que é dada por terminada a tarefa de retirada do
Afeganistão de todos os militares estrangeiros, bem como de cerca de oitenta
mil civis, mas que representa também o fim da mais longa guerra em que os Estados
Unidos se envolveram. Segundo foi relatado e as imagens televisivas mostraram,
após a descolagem deste último C-17, houve celebrações no aeroporto de Cabul
com tiros disparados para o ar e fogo-de-artifício em alguns pontos da cidade.
O mundo tem agora
o Emirado Islâmico do Afeganistão, totalitário e teocrático, a dominar um imenso território com
587 mil quilómetros quadrados e cerca de 40 milhões de habitantes, enquanto por aqui se acotovelam e se empurram dezenas de comentadores para falar nas nossas televisões e para
explicar o que se vai passar nos tempos que hão de vir.