O Presidente da
Colômbia Juan Manuel Santos anunciou na passada sexta-feira que os restos do
galeão espanhol San José tinham sido
encontrados a cerca de 10 milhas do porto de Cartagena das Indias e ontem, numa
conferência de imprensa na Base Naval de Cartagena, afirmou: “Estoy muy
complacido como jefe de Estado de informar a los colombianos que sin lugar a
dudas, sin ningún tipo de duda, hemos encontrado
307 años después de su hundimiento el galeón San José”.
O galeão San José, guarnecido por 60 canhões, foi
afundado no dia 8 de Junho de 1708 por navios ingleses quando largava daquele
porto em direcção a Espanha, com mais de seiscentos marinheiros a bordo e com
um tesouro que incluia ouro do vice-reino de Nova Granada (hoje Colômbia),
prata do Perú e pedras preciosas, além de muitos outros objectos religiosos. A
partir da documentação coeva existente, foi estimado pelos arqueólogos
marítimos colombianos que o valor da carga do San José estaria entre 5 e 10 mil milhões de dólares, caso fosse
vendido a colecionadores. Porém, o Presidente Santos anunciou de imediato que
os tesouros a resgatar seriam musealizados num edifício apropriado a construir
na cidade de Cartagena. A imprensa colombiana destaca este acontecimento e o El Colombiano ilustra a sua primeira página com uma gravura do galeão.
A localização do
navio naufragado foi feita em 1991 pela empresa americana Sea Search Armada e levantou-se então um conflito entre o Estado
colombiano e a empresa que reclamava metade do valor do tesouro a resgatar.
Porém, um tribunal americano já decidiu a favor do Estado colombiano com base
na lei colombiana que regulamenta a propriedade do património cultural submerso
e que estabelece mecanismos para o resgate das centenas de naufrágios
históricos que se encontram em águas colombianas, entre os quais se incluia o
galeão San José. A descoberta deste
galeão é um grande acontecimento cultural para a Colômbia e os colombianos souberam
proteger-se atempadamente dos caça-tesouros.