sexta-feira, 3 de junho de 2022

O Reino Unido em festa por Isabel II

O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, ou simplesmente Reino Unido, está a celebrar o Jubileu de Platina da Rainha Isabel II com um vasto conjunto de cerimónias que comemoram os setenta anos do seu reinado. Essas cerimónias decorrerão em muitas cidades das ilhas Britânicas e nos 54 países membros da Commonwealth e, segundo foi anunciado, será realizado “um show espectacular, único numa geração, que combinará o melhor do esplendor da realeza britânica com a arte e as tecnologias de ponta”. A imprensa britânica esqueceu a guerra da Ucrânia, as excentricidades de Boris Johnson e os desvios protocolares de alguns filhos e netos de Isabel II, para se concentrar no elogio da Rainha de 96 anos de idade, a quem não tratam por Her Majesty, porque preferem, com muito afecto, tratá-la apenas por Ma’am.
Ninguém, mesmo aqueles que não gostam das realezas nem dos regimes monárquicos, fica indiferente a esta rainha que trabalhou com catorze primeiros-ministros, que conheceu treze presidentes dos Estados Unidos e quatro Papas, que visitou mais de cem países, com destaque para o Canadá e a França, que visitou 22 e 13 vezes, respectivamente.
Isabel II subiu ao trono em 1952 por morte do seu pai Jorge VI e, em Fevereiro de 1957 visitou Portugal. Foi há 65 anos e eu estive à beira da estrada por onde ela passava e via-a a acenar de dentro da sua viatura, num tempo em que ainda não havia televisão. Ela gostou do país e voltou em 1985. Quem sabe se não veio em penitência pelos males feitos pela sua antepassada Isabel I e os seus corsários, que tantas desgraças nos trouxeram... mas isso são coisas de finais do século XVI.
Como se referiu, toda a imprensa britânica destaca as cerimónias do Jubileu da Rainha e publica a sua fotografia, designadamente com a família real na varanda do Palácio de Buckingham, mas são muito raros os jornais estrangeiros que destacam a festa britânica. Um deles é um jornal francês de Nancy e, curiosamente, chama-se L’Est Républican, o que significa que até os jornais republicanos têm apreço pela figura de Isabel II.