As eleições
gerais brasileiras estão previstas para serem realizadas no dia 2 de Outubro de
2022 e, nesse dia, entre outras eleições de nível federal ou estadual, os
eleitores escolherão o novo presidente da República. Jair Bolsonaro é o
presidente desde 1 de Janeiro de 2019 e vai ser avaliado pelo eleitorado
brasileiro, mas tudo parece indicar que não será reeleito.
A sua
popularidade tem vindo a cair e ele tem sido responsabilizado pela crise
sanitária brasileira que, no seu início, ele classificou como uma gripezinha,
mas que já provocou mais de meio milhão de mortos. Porém, o desagrado
brasileiro com o comportamento presidencial de Bolsonaro tem múltiplos
antecedentes em que revelou impreparação para tão importante cargo. Há um ano,
certamente em delírio de aspirante a ditador, ele foi capaz de dizer que “eu
sou a Constituição”. Os seus atropelos às normas que regulam a vida do país são
frequentes e têm sido muitas as atitudes que geraram uma grave crise
institucional, cujo ponto mais alto foi o desrespeito ao Supremo Tribunal
Federal. A economia brasileira também já sente os efeitos da crise
institucional, com a retoma da actividade económica a retardar-se. Em termos de
prestígio internacional, o Brasil caíu muitos pontos devido à insensatez e à
boçalidade de Jair Bolsonaro.
Uma eloquente
forma de avaliar a situação é oferecida pela última edição da revista IstoÉ,
cuja capa destaca a instabilidade política, social e económica gerada pelo
comportamento de Bolsonaro que está a afectar o Brasil com uma sugestiva frase:
ou o Brasil acaba com Bolsonaro ou
Bolsonaro acaba com o Brasil.
O que não há dúvida
é que a política brasileira vai interessar cada vez mais a margem oriental do
Atlântico onde se fala português.