quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Estarão à procura da paz em Nova Iorque?

A Assembleia Geral das Nações Unidas reuniu em Nova Iorque na passada terça-feira para iniciar a sua 78ª sessão e, porque a instabilidade mundial é grande, juntou muitos líderes mundiais que quiseram estar presentes para discutir a guerra na Ucrânia e as suas consequências a nível mundial, mas também a emergência climática, o aumento da insegurança alimentar, a erosão da democracia e dos direitos humanos, o terrorismo e as ciber-ameaças. O jornal The New York Times deu alargada notícia deste acontecimento. 
O secretário-geral António Guterres, mas também Joe Biden e Volodymyr Zelensky, criticaram aberta e duramente a Federação Russa pela situação que se vive na Ucrânia, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que tanto a Rússia como a Ucrânia têm responsabilidades no conflito. Lula da Silva é importante e falou com Biden e com Zelensky, porque sabe que em todas as guerras os bons não estão só de um lado e os maus do outro. De passagem por Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa esteve lá com os grandes e afirmou-se ao lado do povo ucraniano, do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas.
No dia seguinte reuniu o Conselho de Segurança para discutir a situação na Ucrânia e Marcelo Rebelo de Sousa também lá esteve a desejar um “roteiro de paz justo”, que dê origem a um “cessar-fogo imediato e duradouro”, mostrando-se preocupado com a situação humanitária na Ucrânia, isto é, disse em Nova Iorque coisas diferentes do que dissera em Kyev há 15 dias. Porém, todos se concentraram em Volodymyr Zelensky e em Sergey Lavrov, que estiveram frente a frente, mas não se falaram. Utilizaram linguagens muito agressivas e acusaram-se mutuamente. Talvez essa agressividade seja o prenúncio de que algo de esperançoso possa estar para acontecer. Nestas reuniões, contam mais os encontros bilaterais que se vão fazendo com discrição e realismo. Fechem-se numa sala como se faz nos conclaves papais em Roma, até que haja fumo branco. Quem sabe se, com russos e ucranianos em Nova Iorque, não estão a ser negociadas soluções que conduzam a um rápido fim da guerra como desejam as pessoas de bom senso e o mundo reclama?