A Assembleia
Geral das Nações Unidas reuniu em Nova Iorque na passada terça-feira para
iniciar a sua 78ª sessão e, porque a instabilidade mundial é grande, juntou
muitos líderes mundiais que quiseram estar presentes para discutir a guerra na
Ucrânia e as suas consequências a nível mundial, mas também a emergência
climática, o aumento da insegurança alimentar, a erosão da democracia e dos
direitos humanos, o terrorismo e as ciber-ameaças. O jornal The New York Times deu
alargada notícia deste acontecimento.
O secretário-geral António Guterres, mas
também Joe Biden e Volodymyr Zelensky, criticaram aberta e duramente a
Federação Russa pela situação que se vive na Ucrânia, enquanto Luiz Inácio Lula
da Silva defendeu que tanto a Rússia como a Ucrânia têm responsabilidades no
conflito. Lula da Silva é importante e falou com Biden e com Zelensky, porque
sabe que em todas as guerras os bons não estão só de um lado e os maus do
outro. De passagem por Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa esteve lá com os grandes e afirmou-se ao
lado do povo ucraniano, do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas.
No dia seguinte
reuniu o Conselho de Segurança para discutir a situação na Ucrânia e Marcelo
Rebelo de Sousa também lá esteve a desejar um “roteiro de paz justo”, que dê
origem a um “cessar-fogo imediato e duradouro”, mostrando-se preocupado com a
situação humanitária na Ucrânia, isto é, disse em Nova Iorque coisas diferentes
do que dissera em Kyev há 15 dias. Porém, todos se concentraram em Volodymyr
Zelensky e em Sergey Lavrov, que estiveram frente a frente, mas não se falaram.
Utilizaram linguagens muito agressivas e acusaram-se mutuamente. Talvez essa
agressividade seja o prenúncio de que algo de esperançoso possa estar para
acontecer. Nestas reuniões, contam mais os encontros bilaterais que se vão
fazendo com discrição e realismo. Fechem-se numa sala como se faz nos conclaves papais em Roma, até que haja fumo branco. Quem sabe se, com russos e ucranianos em Nova Iorque, não estão a ser
negociadas soluções que conduzam a um rápido fim da guerra como desejam as
pessoas de bom senso e o mundo reclama?