sábado, 19 de janeiro de 2019

O terrorismo regressou à Colômbia

Na passada quinta-feira explodiu um carro-bomba junto de uma escola militar de Bogotá que provocou 21 mortos e 72 feridos. A autoria deste atentado foi atribuída ao Exército de Libertação Nacional (ELN) e, pela sua extrema violência, causou um unânime repúdio nacional até porque, apesar dos avanços e recuos próprios destes processos, havia negociações em curso para encontrar um cessar-fogo e uma paz definitiva para a Colômbia.
As guerrilhas colombianas remontam aos anos de 1960, quando se formaram alguns grupos armados com orientações e programas ideológicos de inspiração diversa. O mais importante desses grupos eram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que chegaram a dominar cerca de 20% do território nacional e teriam quase 20 mil guerrilheiros. Porém, em Junho de 2016 foi assinado um acordo de paz entre o governo da Colômbia e as FARC e, nesse ano, o presidente Juan Manoel Santos foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz, enquanto os membros das FARC se transformaram num partido político a que puseram o nome de Força Alternativa Revolucionária da Colômbia.  
Pensou-se que uma das mais antigas guerrilhas do mundo tinha acabado, mas este atentado veio mostrar que o ELN ainda está activo na Colômbia, pelo que o presidente Iván Duque reagiu com firmeza a este atentado e fez um apelo à unidade dos colombianos contra o terrorismo.
Entretanto, para além deste inesperado reaparecimento do ELN, também a situação política nas fronteiras colombianas com o Brasil e com a Venezuela não pode deixar de merecer a atenção da Colômbia.

Trump quer o regresso dos seus soldados

A última edição da revista Newsweek destaca as recentes decisões de Donald Trump em relação ao Daesh e à Síria, que mostram a sua vontade de trazer de volta para casa os soldados americanos que, segundo a revista, estão actualmente envolvidos em conflitos em sete países. 
Aconteceu que, ignorando os pareceres dos comandos militares e dos seus assessores, o Donald se decidiu recentemente pela retirada dos dois mil soldados americanos que se encontram na Síria, o que deixa os seus aliados curdos à mercê dos turcos, mas também já anunciou a redução significativa das tropas americanas que se encontram no Afeganistão. Essa decisão, foi acompanhada por uma declaração do Donald, que afirmou que “American forces will come home under a banner of victory”, mas muitos observadores afirmam tratar-se uma ilusão que se possa cantar vitória sobre o Daesh, sobre os talibans afegãos ou sobre outras forças adversárias que lutam no Médio Oriente. O que o Donald está a fazer, sem medir as consequências ao nível do descrédito da sua política externa, é uma tentativa para aumentar a sua popularidade ao alinhar na crescente crítica interna às guerras “que nunca mais acabam”, que desgastam as tropas e que custam muito dinheiro. Porém, o Donald acrescenta-lhe um toque pessoal e, embora não tenha nenhuma evidência clara quanto a uma vitória americana, nem de uma derrota dos seus inimigos, promove o regresso dos soldados e trata de “vender” internamente aos cidadãos americanos a ideia de uma vitória militar.
Porém, nem os americanos acreditam que o ISIS ou Daesh, a Al-Qaeda, os Mujahideen, os Talibã ou a Frente al-Nusra, estejam derrotados.