Na passada
quinta-feira explodiu um carro-bomba junto de uma escola militar de Bogotá que
provocou 21 mortos e 72 feridos. A autoria deste atentado foi atribuída ao
Exército de Libertação Nacional (ELN) e, pela sua extrema violência, causou um
unânime repúdio nacional até porque, apesar dos avanços e recuos próprios destes
processos, havia negociações em curso para encontrar um cessar-fogo e uma paz
definitiva para a Colômbia.
As guerrilhas colombianas
remontam aos anos de 1960, quando se formaram alguns grupos armados com
orientações e programas ideológicos de inspiração diversa. O mais importante
desses grupos eram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que
chegaram a dominar cerca de 20% do território nacional e teriam quase 20 mil
guerrilheiros. Porém, em Junho de 2016 foi assinado um acordo de paz entre o
governo da Colômbia e as FARC e, nesse ano, o presidente Juan Manoel Santos foi
distinguido com o Prémio Nobel da Paz, enquanto os membros das FARC se
transformaram num partido político a que puseram o nome de Força Alternativa
Revolucionária da Colômbia.
Pensou-se que uma
das mais antigas guerrilhas do mundo tinha acabado, mas este atentado veio
mostrar que o ELN ainda está activo na Colômbia, pelo que o presidente Iván
Duque reagiu com firmeza a este atentado e fez um apelo à unidade dos colombianos
contra o terrorismo.
Entretanto, para
além deste inesperado reaparecimento do ELN, também a situação política nas
fronteiras colombianas com o Brasil e com a Venezuela não pode deixar de
merecer a atenção da Colômbia.