Se fosse viva, no
próximo dia 6 de Novembro, a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen
celebraria cem anos de idade e as homenagens que, com justiça, lhe são devidas
já começaram, com o destaque que lhe é dado na última edição do Jornal
de Letras.
Sophia nasceu no
Porto, estudou e viveu em Lisboa, tornando-se num dos maiores nomes da
literatura portuguesa, sobretudo na poesia, mas também com obra na literatura infantil, no teatro, no ensaio, na tradução e em outras
expressões literárias. A sua extensa obra está traduzida em várias línguas e foi
várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o prestigiado Prémio
Camões em 1999.
Foi uma activa militante em termos cívicos, tendo denunciado o
regime salazarista, integrado os movimentos católicos que se lhe opunham e
apoiado a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República em 1958. Após o 25 de Abril de 1974, foi
eleita deputada à Assembleia Constituinte pelo círculo do Porto, numa lista do
Partido Socialista.
Faleceu em Lisboa no dia 2 de Julho de 2004 e, dez anos depois,
foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram
transladados para o Panteão Nacional.
Associo-me, desde já, às justas homenagens que são devidas a Sophia de Mello
Breyner Andresen, aqui transcrevendo um dos seus mais inspirados poemas:
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.