quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Os novos aviões comerciais chineses

Está a decorrer até ao dia 25 de fevereiro em Singapura, o famoso Singapore Airshow 2024 “onde os melhores da aviação se encontram”, como anuncia a sua promoção. Este evento realiza-se bienalmente desde 2008 e é o maior mercado asiático dos sectores aeronáutico e aeroespacial, onde se encontram a oferta e a procura mundiais, através das grandes empresas e das delegações governamentais e militares de alto nível. Este ano regista-se a participação de mais de mil empresas e são esperados mais de 50.000 participantes comerciais provenientes de mais de 50 países. Para além dos seus aspectos de apresentação tecnológica e de promoção comercial, o airshow foi enriquecido com a participação de equipas de acrobacia aérea da Índia, Indonésia, Austrália, Coreia do Sul e Singapura, bem como de um Airbus A350-1000, que é a maior aeronave bimotora da Europa com 74 metros de comprimento e que pode acomodar até 366 passageiros.
Porém, a China parece estar a assumir o maior protagonismo no Singapore Airshow 2024, pois apresentou dois aviões de passageiros C919 fabricados pela Commercial Aircraft Corporation of China (Comac) e três jactos ARJ21, que se estrearam com demonstrações de voo.
Durante muito tempo a China esteve ausente da competição aeronáutica mundial, dominada pelo duopólio Airbus/Boeing nas aeronaves com mais de 100 assentos mas, apesar da sua forte dependência da tecnologia ocidental, parece agora querer concorrer com aquelas empresas. Segundo revelou o jornal Shanghai Daily, duas empresas chinesas de serviços aéreos – a Tibet Airlines e o Henan Civil Aviaation Development and Investment Group – assinaram contratos para a aquisição de 40 aviões C919 e 16 unidades ARJ21. É um começo, mas só o tempo dirá se a indústria aeronáutica chinesa tem pés para andar num caminho em que estão bem instalados a Airbus e a Boeing.