Está a decorrer
até ao dia 25 de fevereiro em Singapura, o famoso Singapore Airshow 2024 “onde os melhores da aviação se encontram”,
como anuncia a sua promoção. Este evento realiza-se bienalmente desde 2008 e é
o maior mercado asiático dos sectores aeronáutico e aeroespacial, onde se
encontram a oferta e a procura mundiais, através das grandes empresas e das delegações governamentais e militares de alto nível. Este ano regista-se
a participação de mais de mil empresas e são esperados mais de 50.000
participantes comerciais provenientes de mais de 50 países. Para além dos
seus aspectos de apresentação tecnológica e de promoção comercial, o airshow foi enriquecido com a
participação de equipas de acrobacia aérea da Índia, Indonésia, Austrália,
Coreia do Sul e Singapura, bem como de um Airbus A350-1000, que é a maior
aeronave bimotora da Europa com 74 metros de comprimento e que pode acomodar
até 366 passageiros.
Porém, a China
parece estar a assumir o maior protagonismo no Singapore Airshow 2024, pois apresentou dois aviões de passageiros
C919 fabricados pela Commercial Aircraft Corporation of China (Comac) e três
jactos ARJ21, que se estrearam com demonstrações de voo.
Durante muito
tempo a China esteve ausente da competição aeronáutica mundial, dominada pelo
duopólio Airbus/Boeing nas aeronaves com mais de 100 assentos mas, apesar da
sua forte dependência da tecnologia ocidental, parece agora querer concorrer
com aquelas empresas. Segundo revelou o jornal Shanghai Daily, duas
empresas chinesas de serviços aéreos – a Tibet Airlines e o Henan Civil
Aviaation Development and Investment Group – assinaram contratos para a
aquisição de 40 aviões C919 e 16 unidades ARJ21. É um começo, mas só o tempo
dirá se a indústria aeronáutica chinesa tem pés para andar num caminho em que
estão bem instalados a Airbus e a Boeing.