A chanceler
Angela Merkel vai no seu quarto mandato e, como o primeiro se iniciou em 2005,
significa que está há 13 anos à frente do governo alemão. Como nunca teve uma
maioria absoluta, a chanceler Merkel tem governado sempre com o apoio de coligações
e tem tido a habilidade de as formar e manter, daí resultando uma grande
estabilidade política para a Alemanha. Porém, o tema dos refugiados tem-lhe
provocado muitas críticas e alguma impopularidade, não só no interior da sua
coligação como revelam as sondagens, mas também a nível europeu, sobretudo em países como a Itália, a Áustria, a Hungria,
a República Checa, a Polónia e a Eslováquia.
Apesar do apoio
de Emmanuel Macron, que também está a passar por uma baixa de popularidade, ou
de Pedro Sanchez, que ainda não se consolidou como primeiro-ministro de
Espanha, o facto é que Angela Merkel perdeu o fulgor político de outros tempos
e tem poucas aparições públicas. Algumas vezes, ela e o seu ministro Wolfgang Schäuble, pareceram liderar e dominar a
União Europeia, mas esses tempos já são do passado. Hoje, muitos alemães
mostram insatisfação e já consideram que ela esteve demasiado tempo no poder.
Na sua edição de hoje, a revista Der Spiegel mostra na capa um dos
celebérrimos casacos de Angela Merkel pendurado, numa clara insinuação de que
deve abandonar o poder ou, como se diz em gíria, arrumar as botas.
Quando isso
acontecer, a Europa vai certamente passar por mais um valente sobressalto.