A península
Ibérica é uma região geográfica que integra dois países, várias regiões
autónomas sob soberania espanhola e é composta por diferentes realidades
culturais, bem visíveis em todos os domínios, incluindo a língua que é
habitualmente considerada como o elemento mais importante na definição das
identidades.
O território
ibérico foi habitado por muitos povos bárbaros como os alanos e os suevos, os
francos e os gregos, os romanos e os árabes, todos eles deixando marcas
culturais nas regiões por onde passaram ou ocuparam, de que resultou uma enorme
diversidade cultural nas diferentes regiões peninsulares. Daí que a Espanha,
mas também Portugal, conservem costumes e tradições com fortes raízes
históricas, algumas delas com o estatuto de patrimónios imateriais da
Humanidade, como acontece em Espanha com a Semana
Santa de Sevilha, as Fiestas de San
Fermin em Pamplona, a Feria de Abril de
Sevilha, as Fallas de Valencia, a Tomatina de Buñol, ou o Flamenco da Andaluzia, ou em Portugal,
com as Festas da Senhora da Agonia, a Festa dos Tabuleiros, o Cante Alentejano,
ou as Festas Sanjoaninas de Angra do Heroísmo. Porém, em maior ou menor grau,
um outro símbolo do interesse cultural ibérico são as touradas, que têm
resistido â pressão dos movimentos e dos partidos que defendem os direitos dos
animais.
Na sua edição de
hoje, a edição de Sevilha do diário ABC
destaca a abertura da época taurina em Espanha e a figura do famoso matador e ídolo
da afición que é José António Morante
Camacho, conhecido nas tertúlias tauromáquicas como Morante de la Puebla, o rei
dos toureiros.
Apesar de todos
os movimentos contra as touradas e em defesa dos animais, a fiesta brava continua a entusiasmar os
espanhóis e a merecer destaque na imprensa, embora a festa brava em Portugal seja cada vez mais marginalizada e já não tenha espaço nos jornais nem na televisão.