sexta-feira, 2 de maio de 2025

Os 100 dias que já abalaram o mundo

Donald John Trump, o 47º presidente dos Estados Unidos, completou os primeiros cem dias do seu mandato e, um pouco por todo o mundo, fizeram-se balanços sobre as consequências internas e externas das suas decisões. Estas são de tal forma destabilizadoras da ordem mundial que se diz terem sido ”100 dias que abalaram o mundo”, a lembrar o famoso livro de John Reed sobre a revolução russa de 1917 e o fim dos czares, a que deu o título de “Os dez dias que abalaram o mundo”.
Donald Trump está a criar o caos no mundo, ao questionar alianças militares, ao negar acordos e práticas comerciais consolidadas e ao alimentar confrontos e incertezas. Depois de ter prometido acabar com a guerra da Ucrânia em 24 horas e de ter alinhado com as posições russas e contrariado as posições europeias, tem alternado declarações que no essencial desvalorizam e até humilham os dirigentes europeus. As suas declarações quanto à Gronelândia e ao Canadá são demasiado agressivas e mostram como são enviesadas as suas noções sobre soberania nacional, enquanto as suas deportações em massa demonstram como são erradas as suas ideias sobre direitos humanos.
A aliança euro-atlântica construída desde a primeira Guerra Mundial está em risco e com ela o equilíbrio em que se tem baseado a vida de dois continentes e até do mundo.
Nos Estados Unidos, cuja população se entusiasmou com o Make America Great Again e lhe deu o seu voto, o protesto para travar Donald Trump já começou por todo o país, porque a economia desacelerou, o desemprego e o custo de vida aumentaram e os mercados financeiros caíram. Mesmo os trumpistas não terão imaginado que se pudesse ir tão longe na destabilização da ordem mundial. 
A situação é complexa e ainda não se vê a luz ao fundo do túnel do desanuviamento das relações euro-atlânticas que o Donald John Trump tem incendiado.

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