domingo, 25 de setembro de 2016

Doñana: um parque único aqui tão perto

A excelente fotografia escolhida pelo Diario de Sevilla para ilustrar a sua edição de hoje fala por si só, pois mostra a boa saúde do Espacio Natural de Doñana que em 1994 foi declarado pela UNESCO como Património da Humanidade. Situado na Andaluzia e ocupando a margem direita do estuário do rio Guadalquivir, o Parque Nacional de Doñana é a maior reserva biológica espanhola e estende-se pelas províncias de Huelva, Sevilha e Cádis numa extensão de cerca de 50 mil hectares. É uma enorme área protegida e é notável pela grande variedade e diversidade da fauna e da flora, mas também pelos seus acidentes naturais, como por exemplo as lagoas, as marismas e as dunas. Nele habitam várias espécies de aves em perigo de extinção e uma grande população de garças mediterrânicas, além de nele se procurarem abrigo durante o inverno mais de meio milhão de aves aquáticas, em busca de temperaturas mais amenas.
O parque está incluido na Lista Verde da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), o que significa que está de “boa saúde”, apesar do Verão excepcionalmente quente deste ano o ter ameaçado e ter gerado receios de poder ser considerado “em perigo”. A reportagem que o Diário de Sevilla hoje dedicou a Doñana merece aplauso, pois mostra como a imprensa não tem necessariamente de abusar dos temas sensacionalistas e da futebolice, como acontece frequentemente em Portugal.

Bosch e a “exposição europeia do ano”

Tem estado exposta em Madrid uma mostra com o título El Bosco. A Exposição do V Centenário, que foi organizada pelo Museu do Prado e foi dedicada à obra do pintor holandês Hieronymus Bosch (1450-1516). A exposição foi inaugurada no dia 31 de Maio com pompa e circunstância e estava previsto que terminasse no dia 11 de Setembro, mas a enorme afluência de público obrigou ao seu prolongamento por mais duas semanas.
A mostra tornou-se numa verdadeira “exposição europeia do ano”, tendo registado mais de 600 mil visitantes. Nunca uma exposição temporária tivera tantos visitantes no Museu do Prado. Segundo os relatos da imprensa, designadamente na edição de hoje do Diário de Notícias, os horários da visita foram substancialmente dilatados e houve filas diárias contínuas que obrigaram a horas de espera.
Um pouco de todo o mundo vieram excursões propositadamente para ver as 21 obras de Bosch que o Museu do Prado reuniu. Entre os 21 quadros apresentados na mostra, provenientes de nove países europeus e de cinco cidades americanas, encontrava-se o tríptico Tentações de Santo Antão, que foi um dos quadros mais apreciados pelo público e que pertence ao acervo do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Esta obra regressará em breve ao seu lugar na exposição permanente nas Janelas Verdes, onde pode ser apreciado com o tempo e a contemplação que merece e que uma exposição temporária como a de Madrid não permite.
Portanto, atrevo-me a recomendar: se não viu, vá ver; se já viu, vá rever!