Ontem, a partir
do balcão central da Basílica Vaticana, o Papa Leão XIV leu a primeira benção urbi et orbi do seu pontificado para
desejar um feliz e santo Natal a todos e o jornal
espanhol ABC publicou em manchete a fotografia do Papa e destacou as
suas palavras a favor da paz, com a frase “haverá paz quando aprendermos
a colocar-nos no lugar daqueles que sofrem”.
Leão XIV foi
claro e disse que “se cada um de nós, a todos os níveis, em vez de acusar os
outros, reconhecesse em primeiro lugar as próprias falhas, pedisse perdão a
Deus e, ao mesmo tempo, se colocasse no lugar dos que sofrem, mostrando-se
solidário com os mais fracos e oprimidos, então o mundo mudaria”. De facto, a
actual geração de líderes mundiais e, especialmente os europeus, pode saber
muito de Política, de Economia, de Finanças, de Direito, de Estratégia, de Tecnologias da
Comunicação e de muitos outros saberes, podem fazer muitas cimeiras, deixar
fotografar-se muito sorridentes, exibir as suas vaidades e narcisismos, mas poucos conhecerão as dificuldades
quotidianas de muitos milhões de seres humanos que sofrem, como se tem visto
com a infâmia que tem sido a indiferença europeia perante a crueldade israelita
contra os palestinianos, bem como a fome, o sofrimento e a pobreza do povo de Gaza.
Por isso,
o Papa pediu para que a Europa não perca o seu “espírito colaborativo, fiel às suas
raízes cristãs e à sua história, solidário e acolhedor” e tenha invocado “justiça,
paz e estabilidade para o Líbano, a Palestina, Israel e a Síria”. De modo especial referiu o povo ucraniano que tão massacrado
tem sido e apelou para que “o barulho das armas acabe e que as partes
envolvidas, apoiadas pelo empenho da comunidade internacional, encontrem a
coragem de dialogar de modo sincero, directo e respeitoso”, recordando também os
que sofrem por causa da injustiça, da instabilidade política, da perseguição
religiosa e do terrorismo no Sudão, no Sudão do Sul, no Mali, no Burquina Faso
e na República Democrática do Congo, mas também no Myanmar, na Tailândia e no
Camboja. O Papa dirigiu-se, ainda, aos povos da Oceania e da América
Latina, mas também àqueles “que fogem da própria
terra em busca de um futuro noutro lugar” e àqueles “que perderam o trabalho e aos que o procuram”.
O Papa retomou o
pensamento do Papa Francisco e exortou a que “abramos
o nosso coração aos irmãos e irmãs que passam necessidades e sofrem”.
Habemus Papam!
