sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Leão XIV e o seu apelo à paz e à justiça

Ontem, a partir do balcão central da Basílica Vaticana, o Papa Leão XIV leu a primeira benção urbi et orbi do seu pontificado para desejar um feliz e santo Natal a todos e o jornal espanhol ABC publicou em manchete a fotografia do Papa e destacou as suas palavras a favor da paz, com a frase “haverá paz quando aprendermos a colocar-nos no lugar daqueles que sofrem”.
Leão XIV foi claro e disse que “se cada um de nós, a todos os níveis, em vez de acusar os outros, reconhecesse em primeiro lugar as próprias falhas, pedisse perdão a Deus e, ao mesmo tempo, se colocasse no lugar dos que sofrem, mostrando-se solidário com os mais fracos e oprimidos, então o mundo mudaria”. De facto, a actual geração de líderes mundiais e, especialmente os europeus, pode saber muito de Política, de Economia, de Finanças, de Direito, de Estratégia, de Tecnologias da Comunicação e de muitos outros saberes, podem fazer muitas cimeiras, deixar fotografar-se muito sorridentes, exibir as suas vaidades e narcisismos, mas poucos conhecerão as dificuldades quotidianas de muitos milhões de seres humanos que sofrem, como se tem visto com a infâmia que tem sido a indiferença europeia perante a crueldade israelita contra os palestinianos, bem como a fome, o sofrimento e a pobreza do povo de Gaza. 
Por isso, o Papa pediu para que a Europa não perca o seu “espírito colaborativo, fiel às suas raízes cristãs e à sua história, solidário e acolhedor” e tenha invocado “justiça, paz e estabilidade para o Líbano, a Palestina, Israel e a Síria”. De modo especial referiu o povo ucraniano que tão massacrado tem sido e apelou para que “o barulho das armas acabe e que as partes envolvidas, apoiadas pelo empenho da comunidade internacional, encontrem a coragem de dialogar de modo sincero, directo e respeitoso”, recordando também os que sofrem por causa da injustiça, da instabilidade política, da perseguição religiosa e do terrorismo no Sudão, no Sudão do Sul, no Mali, no Burquina Faso e na República Democrática do Congo, mas também no Myanmar, na Tailândia e no Camboja. O Papa dirigiu-se, ainda, aos povos da Oceania e da América Latina, mas também àqueles “que fogem da própria terra em busca de um futuro noutro lugar” e àqueles “que perderam o trabalho e aos que o procuram”.
O Papa retomou o pensamento do Papa Francisco e exortou a que “abramos o nosso coração aos irmãos e irmãs que passam necessidades e sofrem”. 
Habemus Papam!