terça-feira, 18 de novembro de 2025

Gripens e Rafales a caminho da Ucrânia?

Há menos de um mês foi anunciado que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson tinham assinado uma carta de intenções para a venda de 150 aviões de combate Saab Gripen-E destinados à Força Aérea da Ucrânia, faltando definir os termos exactos quanto a custos e data de entrega, embora o valor do contrato possa oscilar entre 12 e 18.000 milhões de euros. Entretanto, Zelensky foi a Paris e, como hoje anuncia a edição do jornal La Dépêche du Midi, assinou com o presidente Emmanuel Macron uma outra carta de intenções para a aquisição de 100 aviões Rafale F-4, num valor estimado entre 10 e 15.000 milhões de euros.
Qualquer destas notícias foi adjectivada como histórica, tanto pelos construtores suecos como pelos construtores franceses, mas Donald Trump deve estar furioso por esta “deslealdade ucraniana” e por estarem a ser ignorados os seus Lockheed Martin F-35.
Porém, há muita gente que deve estar boquiaberta com estas operações e com os colossais valores que estão em jogo, porque se levanta a questão do financiamento destas aquisições num país em guerra e que é altamente dependente da ajuda de vários países europeus, onde as opiniões públicas estão perplexas com as notícias sobre a corrupção no país de Zelensky.
É sabido que nem a Saab nem a Dassault Aviation têm capacidade de produção para satisfazer estas “encomendas” de aviões, pelo que os ucranianos “não os terão tão cedo”, até porque é necessário formar mecânicos e pilotos.
Parece, portanto, que há uma indústria do armamento que está interessada em continuar a guerra da Ucrânia, mesmo quando alguns dirigentes políticos dizem o contrário.