Há menos de um
mês foi anunciado que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o
primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson tinham assinado uma carta de intenções
para a venda de 150 aviões de combate Saab
Gripen-E destinados à Força Aérea da Ucrânia, faltando definir os termos
exactos quanto a custos e data de entrega, embora o valor do contrato possa
oscilar entre 12 e 18.000 milhões de euros. Entretanto, Zelensky foi a Paris e,
como hoje anuncia a edição do jornal La Dépêche du Midi, assinou com o
presidente Emmanuel Macron uma outra carta de intenções para a aquisição de 100
aviões Rafale F-4, num valor estimado
entre 10 e 15.000 milhões de euros.
Qualquer destas
notícias foi adjectivada como histórica, tanto pelos construtores suecos como
pelos construtores franceses, mas Donald Trump deve estar furioso por esta
“deslealdade ucraniana” e por estarem a ser ignorados os seus Lockheed Martin F-35.
Porém, há muita
gente que deve estar boquiaberta com estas operações e com os colossais valores
que estão em jogo, porque se levanta a questão do financiamento destas
aquisições num país em guerra e que é altamente dependente da ajuda de vários
países europeus, onde as opiniões públicas estão perplexas com as notícias
sobre a corrupção no país de Zelensky.
É sabido que nem
a Saab nem a Dassault Aviation têm capacidade de produção para satisfazer estas
“encomendas” de aviões, pelo que os ucranianos “não os terão tão cedo”, até
porque é necessário formar mecânicos e pilotos.
Parece, portanto,
que há uma indústria do armamento que está interessada em continuar a guerra da
Ucrânia, mesmo quando alguns dirigentes políticos dizem o contrário.
