Com pompa e
circunstância foi anunciado pela Autoeuropa que a sua fábrica de Palmela quer
duplicar a capacidade exportadora até 2019, através de um investimento de 670
milhões de euros que criará 500 postos de trabalho. Com esse investimento a
marca Volkswagen planeia introduzir novas tecnologias de produção que lhe permitam
fabricar simultaneamente vários modelos de automóveis. Porém, este investimento ainda está dependente da negociação de um
programa de incentivos com a AICEP e da posterior formalização de um contrato
entre o Estado e a Volkswagen, que deverá ocorrer durante o segundo semestre
deste ano, depois de ser aprovado pela Comissão Europeia. A Autoeuropa vai candidatar-se a
incentivos nacionais de ordem diversa, o que significa que irá beneficiar de
dinheiros públicos, o que vem confirmar o importante papel económico do Estado,
ao contrário do que têm defendido aqueles que acreditam na “mão invisível” para regular toda a economia.
Ao fim de um longo período de
brutal quebra do investimento, é a primeira vez que
se anuncia um investimento significativo que tem relevância tecnológica, que
cria emprego e que incrementa as exportações. É também um investimento de
inovação e de expansão, isto é, tem todas as características estruturantes de
que carece a economia portuguesa para potenciar o aparecimento ou o
fortalecimento das indústrias nacionais. Segundo alguns comentadores de
assuntos económicos “é um investimento amigo de Portugal” e acredita-se que a decisão da Volkswagen de aumentar o investimento na
fábrica de Palmela teve a influência da chanceler alemã. Se assim foi, ainda
bem. Este investimento merece, naturalmente, o devido aplauso.