quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Parabéns, Brasil!

No dia 7 de Setembro de 1822, o regente que o rei D. João VI, seu pai, deixara à frente do Brasil quando em 1821 regressou Portugal, terá declarado aos seus acompanhantes nas margens do rio Ipiranga, que a separação do Brasil em relação a Portugal era irreversível e terá proferido a frase “independência ou morte”, que ficou conhecida como “o grito do Ipiranga”. 
É muito duvidosa a veracidade desta expressão que o imaginário nacional, a tradição e vontade popular consagraram, mas o dia 7 de Setembro foi declarado feriado nacional no Brasil e é celebrado como o Dia da Independência.
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, assim se chamava o regente que declarou a independência, era mais conhecido por D. Pedro de Alcântara ou D. Pedro de Bragança, foi o primeiro imperador do Brasil como Pedro I, entre 1822 a 1831 e, também, rei de Portugal e dos Algarves como Pedro IV, entre Março e Maio de 1826.A história de vida de D. Pedro é fascinante e interessa a portugueses e brasileiros, quando se celebram 200 anos sobre o dia em que ele assumiu a independência do Brasil. Ele foi o porta-voz de uma ambição e dos ventos de liberdade que sopravam nas Américas. A independência brasileira foi uma reacção da nobreza colonial rica e branca, tanto brasileira como portuguesa, ao domínio das metrópoles. Foi semelhante aos movimentos que levaram à revolta das colónias inglesas e espanholas, que deram origem à independência americana e às independências das colónias espanholas sul-americanas.
A ligação entre Portugal e o Brasil não é apenas pela língua, pois os laços históricos e culturais entre os dois países são profundíssimos. Por isso, hoje o jornal Público, destaca que é dia para nos associarmos aos brasileiros e dizer-lhes: Parabéns, Brasil!

A Espanha a celebrar a viagem de Elcano

No dia 6 de Setembro de 1522 a nau Victoria chegou defronte de Sanlúcar de Barrameda, na foz do rio Guadalquivir e próximo de Cádis, sob o comando de Juan Sebastián de Elcano, trazendo 18 tripulantes europeus e três homens que tinham embarcado nas Molucas. Estava concluída a primeira viagem de circumnavegação da Terra, pois daquele mesmo local tinham partido no dia 20 de Setembro de 1519 cinco navios com 237 homens comandados por Fernão de Magalhães. A viagem que foi descrita por Antonio Pigafetta e por alguns outros membros da expedição, durou quase três anos. As comemorações desta viagem foram assumidas pelos dois governos ibéricos, cada um deles procurando discretamente chamar a glória deste feito que muitos comparam com a chegada do homem à Lua - a glória de Magalhães (os portugueses) ou a glória de Elcano (os espanhóis).
O facto é que ontem, mostrando como em Espanha tudo foi preparado para alimentar a sua própria narrativa histórica, o navio-escola Juan Sebastián de Elcano regressou de uma longa viagem internacional de representação e integrou-se num desfile naval e aéreo em homenagem a Elcano, realizado ao largo de Sanlúcar, que se integrou nas comemorações do V Centenario de la Primera Circunnavegación. O rei Filipe VI esteve presente, bem como as principais autoridades espanholas e andaluzas. No desfile integraram-se doze navios de guerra, incluindo o LHD Juan Carlos I, o LDP Galicia e quatro modernas fragatas, para além da réplica da nau Victoria e vários aviões Sea Harrier e helicópteros, conforme relata com muito detalhe a edição de hoje do Diario de Cadiz.
Foi uma festa grande em Sanlúcar de Barrameda, porque até a Volta a Espanha foi pensada para que ontem uma etapa ligasse Sanlúcar a Sevilla. Foi, portanto, um dia “histórico y emocionante para todos los sanluqueños”.
Pois que Viva Sanlúcar, que Viva El-Rey e que Viva España!