Um grupo de 230 pessoas que trabalharam em condições extremas para evitar uma catástrofe nuclear na central japonesa de Fukushima Daiichi e que já é conhecido como os “Heróis de Fukushima”, foi agraciado com o Prémio Príncipe de Astúrias da Concórdia 2011.
Os prémios Príncipe de Astúrias são atribuídos anualmente desde 1981 pela Fundación Príncipe de Asturias, na cidade espanhola de Oviedo, a indivíduos ou instituições que tenham contribuído de forma notável para o progresso da Humanidade nas seguintes oito áreas: Artes, Comunicação e Humanidades, Cooperação Internacional, Letras, Ciências Sociais, Desporto, Investigação Científica e Técnica e Concórdia.
Os “Heróis de Fukushima” são engenheiros, técnicos, bombeiros, soldados, polícias, voluntários e reformados que, apesar do risco que tem representado para as suas vidas a exposição a altos níveis de radiação, se esforçaram para atenuar os danos produzidos na central nuclear. Dos 800 trabalhadores que inicialmente estavam nas instalações ficou apenas um grupo de 50 para tentar conter o aquecimento dos seus núcleos, mas o grupo estendeu-se depois a mais 180 pessoas que trabalharam em turnos para arrefecer os seis reactores da central. Porém, um dos aspectos mais relevantes desta crise foi o aparecimento de um grupo de mais de 160 engenheiros militares e civis reformados, com mais de 60 anos de idade, que se ofereceu para substituir os jovens que estão envolvidos na missão de alto risco de estabilizar a radiação da central nuclear. O seu objectivo é preservar a vida de quem ainda tem muitos anos pela frente, sobretudo os jovens, especialmente aqueles que terão filhos no futuro, que não devem ser expostos à radiação.
O prémio Príncipe de Astúrias da Concórdia 2011 foi uma feliz escolha de um júri que distinguiu a coragem dos voluntários que se sacrificam pelo bem da comunidade, dos homens e mulheres que não hesitaram, que foram solidários, que deixaram a família numa hora de tragédia nacional a seguir a um sismo e um tsunami, apenas para lutar pelo bem da nação, sem olhar ao sacrifício nem ao prémio. Grandes japoneses!