Perfazem-se hoje cem anos sobre a data em
que franceses e alemães assinaram o armistício em Compiègne, no norte da França,
que acabou com a Grande Guerra. Ontem, numa cerimónia de grande
simbolismo, Emmanuel Macron e Angela Merkel depositaram uma coroa de flores e
inauguraram uma placa na clareira de Rethondes, onde é reafirmado o "valor
da reconciliação franco-alemã ao serviço da Europa e da paz". Depois Macron e Merkel entraram no
reconstituída carruagem onde, na madrugada de 11 de Novembro de 1918, a Alemanha se rendeu
oficialmente encerrando mais de quatro anos de guerra na frente ocidental.
Foi
a primeira vez desde 1940, que um Presidente francês e um chefe do governo
alemão se reuniram neste memorial. Antes, no início da 2ª Guerra Mundial, Hitler
tinha escolhido o mesmo local e a mesma carruagem para que, no dia 22 de Junho
de 1940, ali fosse assinada a rendição dos franceses. Era a vingança alemã pela
humilhação francesa de 1918. Para esse efeito, a histórica carruagem
ferroviária foi então retirada de um museu para servir de palco à cerimónia com a
presença de Hitler, mas durante a guerra a carruagem foi destruída e hoje é uma
réplica que está agora no local.
O encontro de ontem entre Macron e Merkel assinalou a
reconciliação entre os dois países que travaram três guerras entre 1870 e 1945, mas que agora são os eixos da paz na Europa
Ocidental. Toda a imprensa francesa destacou a
paz e a reconciliação franco-alemã, como por exemplo Le Courrier picard,
que se publica em Amiens, a cidade que mais próximo fica de Compiègne. Hoje, Macron
e Merkel viajam para Paris, onde cerca de sete dezenas de líderes mundiais se
reunirão para assinalar o 100º aniversário do fim da guerra junto do túmulo do
Soldado Desconhecido, sob o Arco do Triunfo. Marcelo Rebelo de Sousa é um deles.