domingo, 11 de novembro de 2018

O encontro da reconciliação franco-alemã

Perfazem-se hoje cem anos sobre a data em que franceses e alemães assinaram o armistício em Compiègne, no norte da França, que acabou com a Grande Guerra. Ontem, numa cerimónia de grande simbolismo, Emmanuel Macron e Angela Merkel depositaram uma coroa de flores e inauguraram uma placa na clareira de Rethondes, onde é reafirmado o "valor da reconciliação franco-alemã ao serviço da Europa e da paz". Depois Macron e Merkel entraram no reconstituída carruagem onde, na madrugada de 11 de Novembro de 1918, a Alemanha se rendeu oficialmente encerrando mais de quatro anos de guerra na frente ocidental.
Foi a primeira vez desde 1940, que um Presidente francês e um chefe do governo alemão se reuniram neste memorial. Antes, no início da 2ª Guerra Mundial, Hitler tinha escolhido o mesmo local e a mesma carruagem para que, no dia 22 de Junho de 1940, ali fosse assinada a rendição dos franceses. Era a vingança alemã pela humilhação francesa de 1918. Para esse efeito, a histórica carruagem ferroviária foi então retirada de um museu para servir de palco à cerimónia com a presença de Hitler, mas durante a guerra a carruagem foi destruída e hoje é uma réplica que está agora no local.
O encontro de ontem entre Macron e Merkel assinalou a reconciliação entre os dois países que travaram três guerras entre 1870 e 1945,  mas que agora são os eixos da paz na Europa Ocidental. Toda a imprensa francesa destacou a paz e a reconciliação franco-alemã, como por exemplo Le Courrier picard, que se publica em Amiens, a cidade que mais próximo fica de Compiègne. Hoje, Macron e Merkel viajam para Paris, onde cerca de sete dezenas de líderes mundiais se reunirão para assinalar o 100º aniversário do fim da guerra junto do túmulo do Soldado Desconhecido, sob o Arco do Triunfo. Marcelo Rebelo de Sousa é um deles.