Vem-me
acontecendo, tal como a muitos milhares dos meus concidadãos, o confisco da
pensão a que temos direito por termos confiado à guarda do Estado uma parte das
remunerações, auferidas ao longo de uma vida de trabalho. Como o dinheiro é meu,
o Estado tem vindo a roubar-me. Numa fase inicial de emergência financeira por
que passamos, esse roubo poderia eventualmente aceitar-se a título excepcional.
Porém, esta rapaziada que nos governa e que obedece cegamente à troika, insiste no roubo e continua a
revelar a mesma falta de pudor e safadez, ao atacar os fracos e pondo-se de
cócoras perante os fortes.
O que se passou com a privatização da EDP é mais uma
história de poucas vergonhas. Ficou agora a saber-se que em 2013, a EDP de Catroga,
Mexia e muitos mais barões, pagou 188 milhões de euros de IRC e impostos
diferidos, um encargo que traduz uma diminuição de 95 milhões de euros
relativamente a 2012, o que fez baixar a taxa efectiva de imposto da EDP de 19%
para 14%. Desde 2005 que a factura fiscal da EDP não era tão baixa e, desta
forma, a poupança fiscal conseguida em 2013 ajudou a empresa a manter um
resultado líquido acima de mil milhões de euros, pelo sexto ano consecutivo,
enquanto o consumidor português continua a ser explorado. Como se vê, o Catroga e o Mexia são amigos dos chineses e, naturalmente, fazem-se pagar por isso. A privatização da EDP
foi mesmo um negócio da China e não só para os chineses da China Three Gorges Corporation!