Temos a partir de
hoje um novo Presidente da República que, como ele próprio fez
questão de sublinhar no momento da sua vitória eleitoral, é o Presidente de
todos os Portugueses. Começa, assim, um tempo novo, que deixa para trás dez
anos de sombra, de mesquinhez, de arrogância, de sectarismo e de mau
entendimento da função presidencial. Cavaco Silva não terá o seu nome na
História, a não ser que qualquer historiador obtuso ou vesgo o queira
favorecer, o que é muito improvável.
Acordemos,
portanto, deste sonho mau que foi ter tido esse homem provinciano e mesquinho
durante dez longos anos a ocupar o Palácio de Belém. Agora temos um tempo novo!
Marcelo Rebelo de
Sousa tem outra cultura, outro cosmopolitismo e outra erudição. Os sinais que
tem dado à sociedade têm sido muito positivos e prenunciam um novo modelo de
presidência, com mais diálogo, mais consenso, mais sensibilidade social e muito
menos crispação entre os agentes políticos. Espera-se, realmente, um tempo novo
e bem precisamos dele. Marcelo pode bem ser um homem de convergências e de inclusões, o
árbitro que nos faltava para pôr ordem no jogo político nacional, o
incentivador dos grandes ideais e o mobilizador da juventude portuguesa.
Marcelo pode ser o símbolo de um Portugal orgulhoso do seu historial, amante da
paz, da cultura e do progresso, embora integrado numa Europa decadente e com
sérios problemas. Marcelo pode ser o elemento dinamizador da comunidade de
expressão portuguesa dispersa pelo mundo e pode ter um papel determinante na
recolocação de Portugal no lugar que merece no concerto das nações.
Os primeiros
contributos para este tempo novo vieram de António Costa e da sua inteligência
e lucidez, ao derrubar a barreira da “esfera da governabilidade” e ao adoptar
uma política de inclusão nacional e de uma maior sensibilidade social, mas
também ao mostrar aos burocratas de Bruxelas que não estamos dispostos a
continuar a ser humilhados pela sua cegueira política. Com Marcelo Rebelo de
Sousa todos esperamos realmente um tempo novo. Os que votaram e os que não votaram nele. Viva o novo Presidente da
República!