A última semana
foi politicamente dominada por dois importantes temas. Por um lado, a
apresentação do Orçamento do Estado em Bruxelas e, por outro, o fim das
negociações a respeito da privatização da TAP.
A questão do Orçamento gerou uma injustificável dramatização conduzida pelos jornalistas e comentadores do costume, a que se associaram alguns deputados da antiga maioria. Porém, o governo português teve uma clara vitória formal e política, pois foi possível garantir um orçamento equilibrado de acordo com os critérios da União Europeia mas, também, alinhado com as promessas eleitorais do governo e com as normas constitucionais e que, além disso, não abdica das medidas que lhe garantem o apoio dos partidos que formam a actual maioria e a sua aprovação na Assembleia da República. Significa que nesse braço de ferro com Bruxelas houve negociação e, naturalmente, houve cedências das duas partes, não tendo havido as imposições arrogantes de outros tempos a um Portugal submisso. A síntese desse processo foi dita publicamente pelo primeiro-ministro Costa, quando com um sorriso disse à chanceler alemã que se preocupasse unicamente com o seu próprio orçamento, o que tanto nos fez lembrar as humilhantes posturas de Vítor Gaspar e de Maria Luís perante Wolfgang Schäuble. Há muito, muito tempo, que não assistiamos a uma tão subtil e eloquente afirmação da dignidade nacional.
A questão do Orçamento gerou uma injustificável dramatização conduzida pelos jornalistas e comentadores do costume, a que se associaram alguns deputados da antiga maioria. Porém, o governo português teve uma clara vitória formal e política, pois foi possível garantir um orçamento equilibrado de acordo com os critérios da União Europeia mas, também, alinhado com as promessas eleitorais do governo e com as normas constitucionais e que, além disso, não abdica das medidas que lhe garantem o apoio dos partidos que formam a actual maioria e a sua aprovação na Assembleia da República. Significa que nesse braço de ferro com Bruxelas houve negociação e, naturalmente, houve cedências das duas partes, não tendo havido as imposições arrogantes de outros tempos a um Portugal submisso. A síntese desse processo foi dita publicamente pelo primeiro-ministro Costa, quando com um sorriso disse à chanceler alemã que se preocupasse unicamente com o seu próprio orçamento, o que tanto nos fez lembrar as humilhantes posturas de Vítor Gaspar e de Maria Luís perante Wolfgang Schäuble. Há muito, muito tempo, que não assistiamos a uma tão subtil e eloquente afirmação da dignidade nacional.
O outro tema da
semana foi a reversão do processo de privatização da TAP, que fora assinado
entre o consórcio Atlantic Gateway e um governo que tinha sido demitido na
véspera. Foi uma decisão muito estranha e apressada do anterior governo. Porém,
essa decisão sempre foi contestada pelo actual governo e foi agora cumprida
através de negociações chegadas a bom porto. Humberto Pedrosa, um dos
empresários do consórcio, afirmou que “a boa vontade e o diálogo permitiram o
casamento”, enquanto o primeiro-ministro disse que “como nós dizemos em Portugal, é a falar que a gente se entende. E falando, a
gente entendeu-se”.
Significa que, quer no caso do Orçamento, quer no caso da TAP, prevaleceram
o diálogo e a negociação que defenderam o interesse e a dignidade nacionais.
Lamentavelmente, os jornalistas e os comentadores do costume não viram isso.