As eleições
angolanas realizaram-se no dia 24 de Agosto, os resultados foram divulgados no
dia 29 e, no dia 15 de Setembro, o novo presidente da República Popular de
Angola e os novos deputados tomaram posse. Tudo decorreu com uma normalidade
que foi reconhecida internacionalmente e que veio mostrar que Angola conquistou
as bases democráticas que lhe vão permitir corrigir alguns erros do percurso
que tomou depois da independência e da guerra civil. Os resultados foram
esclarecedores, pois o MPLA obteve a maioria dos votos com 51,7% e elegeu 124
deputados, enquanto a UNITA obteve 43,95% dos votos e elegeu 90 deputados,
tendo sido eleitos mais seis deputados de três pequenos partidos. Como muitas
vezes acontece nos processos eleitorais, os resultados foram contestados devido
a eventuais irregularidades, mas foram confirmados pela Comissão Nacional
Eleitoral. Porém, a UNITA declarou que não abdicava do seu direito de recorrer aos
tribunais internacionais, estimulada pelas suas expressivas vitórias em Luanda e nas
províncias de Cabinda e do Zaire.
O presidente João
Lourenço que era o cabeça de lista do MPLA, foi reeleito, enquanto a oposição
passou a ter um líder e um rosto respeitável que é o engenheiro Adalberto Costa
Júnior.
Como noticiava o Jornal
de Angola, o presidente eleito prometeu prestar particular atenção ao
sector social e essa intenção deve ser saudada. O país passou por 41 anos de
guerras - a guerra colonial e a guerra civil - e, nos anos mais recentes, tem procurado
encontrar um rumo de paz, de progresso e de prosperidade. Os seus abundantes
recursos naturais, que têm alimentado uma oligarquia que se passeia pela Europa
e, sobretudo, por Lisboa e Londres, exibindo poder e riqueza cuja origem
gostariam que não fosse conhecida, devem ser postos imediatamente no combate à
desigualdade e ao subdesenvolvimento do povo angolano. Essa terá que ser
a missão principal do presidente João Lourenço.
Que seja bem-sucedido nessa missão!