segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Afeganistão: o elevado preço da guerra

Na sequência do ataque de 11 de Setembro de 2001 às Torres Gémeas e da recusa do regime talibã em fazer a entrega aos americanos dos líderes da Al-Qaeda instalados no Afeganistão, os Estados Unidos decidiram atacar o regime afegão com o alegado objectivo de encontrar Osama bin Laden. Assim, no dia 7 de Outubro de 2001, os americanos e alguns países ocidentais que se lhes juntaram, começaram a bombardear o Afeganistão, enquanto no terreno actuavam as forças afegãs da Aliança do Norte, adversárias do regime talibã. A intervenção americana foi feita sem qualquer mandato das Nações Unidas, mas como os talibãs depressa perderam Cabul, logo o Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu criar uma Força Internacional de Assistência para a Segurança (ISAF) para intervir no Afeganistão que veio a ser comandada pela NATO. A partir de então aumentou o número de países que destacaram forças militares para o Afeganistão e, em Dezembro de 2008, o ISAF já tinha no terreno mais de 50 mil militares de 41 países, provenientes sobretudo dos países da NATO.
Os Estados Unidos chegaram a ter 68 mil soldados no terreno e até Portugal, apesar de todas as dificuldades económicas e financeiras por que tem passado, decidiu destacar forças para o Afeganistão na lógica do "bom aliado".
Segundo a generalidade dos comentadores a situação afegã está controlada pelas suas forças políticas e militares democráticas. Por isso, a Holanda tornou-se em 2010 o primeiro membro da NATO a retirar as suas tropas do Afeganistão. Agora, foi o Reino Unido, que tendo sido a segunda presença mais numerosa no terreno com 9500 soldados e que já tinha reduzido a sua força para 5200 militares, veio anunciar que vai retirar definitivamente as suas forças do Afeganistão. Naturalmente, a impresa britânica deu grande destaque a essa notícia e, na sua primeira página, a edição do Daily Mirror fez o balanço da intervenção britânica no Afeganistão, salientando que finalmente a guerra está a terminar e que, depois de 13 anos, as forças britânicas tiveram 453 mortos e 2188 feridos, para além de um gasto de 37 mil milhões de libras, algo mais do que sucedeu na guerra das Falklands. Um preço muito elevado, indeed!