sexta-feira, 14 de março de 2025

O cessar-fogo e a paz para a Ucrânia...

No cenário de muita propaganda e muita desinformação que tem rodeado o conflito na Ucrânia, são regularmente divulgadas as mais desencontradas informações quanto ao número de baixas de ambos os lados. Há quatro dias, um jornal de Barcelona destacava em título de primeira página, que “Rusia sufre 1.500 muertos y heridos diarios en Ucrania”, enquanto outras notícias indicam algumas centenas de milhares de baixas de ambos os lados.
Por tudo isto, sejam russos ou ucranianos, ou mesmo de outras nacionalidades, é necessário acabar com esta mortandade muito trágica e com esta permanente ameaça à paz na Europa e no mundo. Embora com controversos objectivos pessoais, o facto é que Donald Trump já conseguiu qualquer coisa que os europeus não conseguiram, pois fez uma proposta de cessar-fogo por 30 dias, que é um passo em frente muito positivo no sentido do fim das hostilidades e que, até agora, não foi rejeitado pelas partes. É um sinal de esperança, muito ténue como hoje sugere o jornal Libération, mas tem que se começar por qualquer lado. 
A situação é muito complexa porque as partes se extremaram. Existe uma resolução das Nações Unidas que exige a retirada das tropas russas da Ucrânia, há a ocupação ilegal da Crimeia desde 2014 e há cerca de 20% do território ucraniano que está ocupado pelos russos, que se sentem ameaçados se a Ucrânia for admitida na NATO. Por outro lado, apesar da ideia que tem sido posta a circular sobre a necessidade do rearmamento da Europa, sem que os europeus até agora se tenham pronunciado sobre isso, o apoio militar à Ucrânia tende a diminuir apesar das declarações em contrário.
Ao fim de mil dias de guerra, enganaram-se aqueles que pensaram que haveria um vencedor no terreno, embora alguns deles – de ambos os lados – continuem a insistir nessa tese, talvez impulsionados pela indústria do armamento. Donald Trump tem procurado a paz, enquanto a Europa está cada vez mais insignificante. O que se deseja é que o cessar-fogo seja aceite, que comecem as negociações e que se possa caminhar para a paz.