No passado dia 6
de Maio realizaram-se diversas eleições locais no Reino Unido para escolher aqueles
que deveriam ocupar cerca de cinco mil lugares em diferentes postos da
administração local e regional, mas também se realizaram eleições parlamentares
na Escócia e em Gales. Esta junção de eleições resultou do adiamento de alguns
actos eleitorais previstos para 2020 que foram adiados devido à pandemia do covid-19.
Como sempre
acontece por todo o mundo na vida democrática, todas as forças políticas trataram de reclamar vitória.
Os Trabalhistas
ganharam no País de Gales e conquistaram metade dos sessenta lugares no
Parlamento galês, o que os mantém no poder, sendo esse resultado atribuído à
forma como foi gerida a pandemia. Na Escócia venceu o Scotish National Party
(SNP) da chefe do governo Nicola Sturgeon que obteve 64 dos 129 lugares do
Parlamento, ficando a apenas um lugar da maioria absoluta. É o quarto mandato
consecutivo do SNP e Nicola Sturgeon, que defende a independência da Escócia e
a sua inclusão na União Europeia, já afirmou que existe uma maioria pró-independência
no parlamento escocês e que a Escócia tem o direito de decidir sobre o seu
futuro quando a crise da covid-19
passar. Em 2014 os escoceses votaram num referendo pela permanência no Reino
Unido, mas depois do Brexit é bem possível que em novo referendo votem de outra
maneira. Porém, Boris Johnson já anunciou que recusa a realização de qualquer novo
referendo para decidir sobre o futuro político da Escócia, embora tenha escrito
uma carta a Nicola Sturgeon com felicitações ao SNP pelos seus melhores resultados
de sempre, ao mesmo tempo que propõe uma cimeira conjunta com a Escócia, Gales
e Irlanda do Norte em clima de unidade e cooperação.
Parece, portanto, que a
coesão do Reino Unido vai ser mais uma vez testada nos próximos tempos. Hoje o jornal independentista escocês The National diz que o povo falou e que votou pelo indyref2, isto é, por um segundo referendo.