Na sua edição de
ontem, o diário libanês L’Orient – Le Jour apresenta uma
desenvolvida reportagem intitulada “Qui
combat qui, et où, en Syrie”, na qual procurou recolher informação directa
das partes sobre um conflito que desde 2011 já fez 250 mil mortos. E, sobre a
guerra, o jornal pergunta: É uma revolta popular contra um regime autoritário? É
uma guerra por procuração entre potências regionais? É uma luta contra o
jihadismo internacional? É uma nova guerra fria entre as grandes potências? É
uma guerra, se não mundial, pelo menos internacional com combatentes de
diferentes nacionalidades no terreno? O jornal diz que, certamente, é um pouco
de tudo isto, o torna muito complexa a compreensão do que se passa no terrreno.
O último exemplo desta confusão são os raids aéreos russos que Moscovo afirma
serem dirigidos contra o Estado Islâmico, enquanto os Ocidentais defendem que
eles são dirigidos contra as forças da oposição ao regime de Bashar el-Assad.
Para clarificar a
situação, o L’Orient – Le Jour fez um estudo com a identificação de quem
combate quem e onde, com a informação tão detalhada quanto possível das forças
pro e anti-regime de Bashar el-Assad actualmente presentes no território sírio.
Essa lista “das principais forças presentes no terreno”, confirma a real
complexidade da situação pois não há apenas dois campos que se combatem,
havendo muitos outros que se combatem entre si.
Do lado do regime
estão as Forças de Defesa Nacional Síria (100 mil soldados), o Hezbollah (8 mil
combatentes), as forças pasdaran ou
guardas da revolução iraniana (7 mil combatentes) e as milícias iraquianas
xiitas (25 mil combatentes). Contra o regime de Assad estão a Frente al-Nosra, que
é o ramo sírio da el-Qaëda (10 mil combatentes), o ISIS ou Estado Islâmico (50
mil), o Jaich el-Fateh (30 mil), o Ahrar el-Cham (15 mil), o Jaich
el-Islam (10 mil), a Frente Sul (30 mil), a Saraya ahl el-Cham (efectivos não
declarados ao jornal). Além destas, existem as forças do PYD (Partido da União
Democrática Curda) com 35 a 60 mil combatentes, dos quais 40% são mulheres, que
defendem a criação de um Estado Curdo e que, para isso, tanto combatem o ISIS
(como aconteceu em Kobani), como o regime de Assad.
A guerra na Síria
é realmente um imbróglio e a solução passa pelo entendimento, primeiro entre os
Estados Unidos e a Rússia e, depois, entre, o Irão, a Turquia, a Arábia Saudita
e o Qatar, entre outros.